Em discurso para produtores rurais durante da abertura Expoagro 2023, em Dourados, durante a noite desta sexta-feira (12), o governador Eduardo Riedel (PSDB) disse que Mato Grosso do Sul não irá admitir nenhum tipo de desordem no campo, no caso, ocupações e invasões de terras.

O governador lembrou que é de família de produtores e ressaltou a importância e contínua crescente no setor do agronegócio no Estado. Argumentou que os indígenas, que estão à margem da sociedade, precisam de condições para se libertarem da miséria e se reafirmarem em seus costumes. Riedel também citou a produção de assentados, no comprometimento de geração de renda em MS.

“Neste período que tenho a responsabilidade de gerir este estado, que vou conduzir com todo afinco, com toda dedicação, com toda equipe presente ao meu lado, para gente construir e subir alguns degraus. Eu já vi, em longos anos de atividade, crises de preço, crises de produção, isso passa, preço baixo, preço alto, o milho está um espetáculo, mas será que vem geada em junho? Muda da noite para o dia, a nossa atividade é assim, a gente aprende a lidar com isso. Agora para quem quer ver um estado moderno, para quem quer ver um país moderno, atual, dinâmico, duas coisas têm que acontecer: nós não vamos admitir nenhum tipo de desordem neste estado. Vamos manter a nossa segurança. E nós temos que criar alternativa para aqueles que estão à margem desse desenvolvimento. Hoje, lá em Nova Alvorada, eu fui visitar uma feira do produtor, que nós construímos, junto com a prefeitura. O prefeito, três vezes por semana, vai ao assentamento com ônibus, traz vinte, trinta produtores pequenos. Volocam lá na feira e faz uma belíssima feira de produtos lá do assentamento onde estão gerando renda. Nós temos que criar condições para libertar a nossa população indígena da miséria, nós temos que entender, o que cada uma dessas comunidades querem e entrar nessas aldeias. Que eles possam ter, dentro da óptica deles, desenvolvimento, crescimento, reafirmar seus usos e costumes, mas que isso não se confunda, com invasão ou com desordem. Que isso seja uma diretriz de política pública que traga as pessoas para a diginidade, para a cidadania, para que elas tenham oportunidade na vida. Nenhum estado é desenvoldio com miséria”. disse

Sem citar diretamente os conflitos agrários, e aparentemente se relacionando à novela Terra e Paixão, gravada em MS, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Ângelo Ximenes, também comentou sobre a questão. “A desinformação sobre o setor é uma das mais preocupantes, se na dramaturgia existe a tentativa de transformar o trabalhador rural em vilão, no mundo real, o suor e a labuta do campo é o que alimenta o Brasil e leva comida para dentro dos lares. Se há bandidos na história, com certeza não é o homem do campo”, comentou.

Durante a abertura da 57ª Expoagro, foi informado que a expectativa é a de R$ 1 bilhão em negócios durante a feira.

Conflitos no campo

Em 2023, Mato Grosso do Sul já registrou ocupações indígenas e invasões. De acordo com a campanha contra Violência no Campo, no ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 165 conflitos, que atingiram cerca de 40 mil pessoas com seis assassinatos de pessoas dos povos Guarani e Kaiowá. O número coloca MS no 3º estado brasileiro que mais registrou mortes em decorrência de conflitos no campo.