Pai de Matheus comenta depoimento de Jamil sobre filho na faculdade: ‘o meu nunca mais vou ver’

Réus são julgados pela morte de Matheus Coutinho, em abril de 2019

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Paulo Xavier, pai de Matheus (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Antes de começar o 3º de julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, o pai do estudante de direito Matheus Coutinho, assassinado a tiros de fuzil, conversou com o Jornal Midiamax, na manhã desta quarta-feira (19), e disse esperar pela condenação. 

“Espero condenação máxima de todos. O que fizeram com o meu filho é uma barbaridade”, disse Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’. O ex-militar ainda falou que os acusados têm o privilégio de ver os filhos, e ele não. 

Com a voz embargada, Paulo Xavier comentou sobre a ausência do filho. “Ontem eu ouvi o Jamil dizendo que um dos filhos dele vai se formar na mesma faculdade que meu filho cursava. Os filhos dele estão vivos e o meu? Eles vão conseguir ver os filhos e eu nunca mais”, lamentou.

O 3º e último dia de julgamento tem previsão para terminar por volta das 21 horas, já que serão cerca de 9 horas de debates entre acusação e defesa. 

Dia de debate

Neste terceiro dia, após as testemunhas e réus serem ouvidos, começam os debates entre acusação e defesa. Os debates têm tempo regulamentar da casa e cada um possui 30 minutos para explanar sua tese. E do debate participam os advogados dos réus, sendo:  

  • Defesa de Jamil Name é composta por Anderson Lima – de Brasília, o ex-ministro do STJ, Nefi Cordeiro e Eugênio Malavasi.
  • A defesa de Marcelo Rios é composta por Márcio Vidal e Luiz Renê Gonçalves. 
  • Vladenilson Olmedo tem em sua defesa os advogados Alexandre Barros Padilha, Márcio Sandim e Ewerton Belinatti da Silva.

Já a acusação é composta pelos promotores Douglas Oldegardo, Luciana Rabelo, Moisés Casarotto e pelo promotor do Gaeco, Gerson Araújo, além da assistente de acusação, mãe de Matheus, Cristiane Almeida.

Após os debates tem-se a réplica que pelo tempo regulamentar deve ser de 15 minutos e depois as tréplicas. Logo após os jurados, num total de sete, entre eles 5 homens e 2 mulheres, vão para uma sala secreta.

Na sala secreta, o conselho de sentença, como são chamados os jurados, recebem um questionário com perguntas, sendo que as respostas são: Sim ou Não. Após a votação de cada um é feita a contagem dos votos que é lida no plenário. 

Após isso, o juiz Aluízio Pereira dos Santos comunica a sentença que ele como magistrado vai aplicar aos réus, levando em consideração qualificadoras, mandante do crime e executores. 

O que motivou a execução?

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.

Nesse período, Antônio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.