Moradores de Nova Andradina relembram frieza do crime e pedem justiça por mãe morta pelo filho
Nesta quinta-feira (28), Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, acusado de matar a mãe com 34 facadas, vai a júri popular e os moradores da cidade dizem esperar por Justiça
Graziela Rezende –
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A população de Nova Andradina, que há sete anos não via crime tão brutal na cidade, quando registrou o primeiro feminicídio no Estado após a criação da lei, segundo a Polícia Civil, novamente se vê aguardando um julgamento de grande repercussão. Nesta quinta-feira (28) Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, acusado de matar a mãe com 34 facadas, vai a júri popular e os moradores da cidade dizem esperar por Justiça.
“Esperamos que seja feita a Justiça. Um caso como este precisa de uma solução, uma resposta final e, na minha opinião, ele não tem que ser absolvido de forma alguma”, afirmou Sebastião Rodrigues de Almeida, de 74 anos.
O vendedor automotivo e estudante de Direito Victor Hugo de Souza Castro, de 23 anos, diz que a população sempre preza por “fatos esclarecidos” e “Justiça feita”. “Este é um caso que precisa de muita clareza e eu, como estudante de Direito, gostaria muito de participar do júri. Mas, vou acompanhar por aqui e espero que a Justiça seja feita”, disse.
O pastor Giroldo Barbosa, de 60 anos, diz que recorda a frieza do acusado. “Lembro que a polícia saiu com ele para as diligências, as buscas do crime, e na cidade todo mundo falava que ele era muito frio. A mãe pedalava com um pessoal e eles todo falavam disso, desta frieza. É um crime que chocou bastante, saiu em todo lugar, rede social principalmente”, comentou.
O mototaxista Alcides Ricci, de 63 anos, ressaltou que, mesmo Matheus negando, espera que o juiz tome a decisão certa. “Ele vai negar a vida inteira, porque ninguém confessa um crime deste, que matou uma mãe, então, acho que o culpado precisa, sim, ser condenado. Eu conheci a mãe dele, era uma pessoa muito bacana”, lamentou.
O também mototaxista José Augusto Pereira, de 47 anos, diz que este caso o fez refletir muito e defender a pena de morte no Brasil. “Eu me recordo, a repercussão [do crime] foi muito grande e por isso eu passei a acreditar que deveria ter pena de morte no Brasil. Eu acho que só se mata alguém em um caso muito extremo, para se defender”, finalizou.
Julgamento terá reforço policial e limite presencial para 55 pessoas
O julgamento de Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 18 anos, será realizado nesta quinta-feira (28), no plenário do Fórum de Nova Andradina, a 297 quilômetros de Campo Grande. O jovem é acusado de matar a mãe, Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos, com cerca de 30 facadas. O crime aconteceu em janeiro de 2022.
Matheus está preso na Penitenciária Estadual de Dourados. Uma escolta reforçada, que conta também com apoio da polícia local, é preparada para levar o acusado até a cidade do julgamento.
No plenário, 55 pessoas podem acompanhar sentadas, no entanto, 11 desses lugares são destinados às famílias. Os interessados podem retirar a senha no Fórum da cidade, a partir das 8 horas.
O julgamento também será transmitido pela internet e quem quiser assistir pode entrar em contato pelo WhatsApp: (67) 99848-5501 para receber o link de acesso à transmissão. A sentença será proferida ainda nesta quinta-feira.
Assassinato
Marta desapareceu às 6h30 do dia 23 de janeiro de 2022 ao sair para pedalar. Depois disso não foi mais vista e foi dada como desaparecida.
O corpo foi encontrado por um casal de amigos, por volta das 16h20, do mesmo dia em que ela sumiu. Matheus também participou das buscas pela mãe.
A vítima estava à margem da segunda alça do anel viário que liga a rodovia MS-276 com a MS-134, saída para Batayporã, em Nova Andradina, onde ela morava com os filhos.
Marta foi morta com cerca de 30 facadas desferidas na cabeça e no pescoço. O comportamento de Matheus, durante os depoimentos, fez com que a polícia desconfiasse que ele tivesse matado a mãe. As investigações confirmaram a suspeita e apontaram o jovem como autor do crime.
O celular de Matheus também revelou indícios da autoria, no entanto, o rapaz não confessou e alegou inocência. Ele também apontou um parente do ex-marido da mãe como autor do assassinato, sem dar mais detalhes, ou informar o que teria motivado o crime.
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