Alexandre de Oliveira Gimenes, vulgo “acreano”, e Ana Carla Pereira de Oliveira foram condenados por homicídio duplamente qualificado pela morte do casal Pedro Vilha Alta Torres e Priscila Gonçalves Alves, durante julgamento na terça-feira (19) no Tribunal do Júri em Campo Grande. Os corpos esquartejados e carbonizados foram encontrados entre os dias 15 e 16 de agosto de 2021, na saída do Jardim Noroeste, em Campo Grande.

Alexandre foi condenado por homicídio duplamente qualificado em relação a Pedro e também em relação à Priscila, além de ocultação de cadáver dos dois. 

Pela morte de Pedro, ele foi condenado a 12 anos, mais 3 pelo agravante de tortura e acréscimo de 2 anos por ser reincidente. Pela ocultação de cadáver, um ano por vítima. Totalizando 36 anos em regime fechado.

Já Ana Carla foi condenada a 12 anos pela morte de Priscila, com acréscimo de 3 anos pela tortura da vítima, além de 1 ano pela ocultação de cadáver por cada vítima, totalizando 17 anos.

Grasieli Félix Ferreira foi absolvida de todas as acusações, em seguida foi solicitado o alvará de soltura. 

Julgamento

Ana Carla ficou em silêncio durante depoimento no júri. Já Alexandre negou todas as acusações e disse que outras pessoas queriam o incriminar. 

Grasieli disse que apenas segurou Priscila enquanto Ana Carla a agredia como forma de punição por furtos que o casal vivia cometendo. Ela negou que soubesse que o crime aconteceria e atribuiu a tortura e carbonização dos corpos ao, na época namorado, Alexandre.

Motivo

A motivação para o crime é que o casal morto seria responsável por uma onda de furtos em residências na região, e havia furtado, inclusive, a casa de Ana Carla, onde morava com o namorado menor de idade. 

Pedro e Priscila haviam vendido uma geladeira e uma televisão para Grasieli e Alexandre. Grasieli foi quem avisou da situação para Ana Carla.

Três acusados foram presos

Na época, Grasieli foi presa em Ribas do Rio Pardo e negou participação. No entanto, disse que o namorado estaria envolvido e que foi embora de Campo Grande após ser ameaçada por Alexandre.

Depois, em outro depoimento na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), confessou o crime. Ela contou que ajudou Ana Carla na morte de Priscila e que Alexandre matou Pedro.

Além disso, revelou que ela e o namorado foram contratados por Ana e o marido, um adolescente de 17 anos, para cometerem o assassinato. Eles receberiam R$ 5 mil pelo ‘serviço’.

Também consta na denúncia que a motivação do crime seria uma série de furtos cometidos por Priscila e Pedro.

Crime foi premeditado

Assim, após os criminosos combinarem o crime, o casal foi atraído até a casa de Alexandre. Lá, Priscila foi agredida por Ana e depois asfixiada com um fio. Já morta, ela ainda foi agredida mais vezes.

“Isso é para você aprender a não roubar”, dizia Ana durante a sessão de espancamento. Enquanto isso, Pedro foi levado para fora da casa por Alexandre, que momentos depois voltou com o rosto sujo de sangue.

Vizinhos ainda relataram que ouviram barulhos de fogos durante o assassinato e também gritaria na madrugada. Após as mortes, os corpos foram levados do local em uma motocicleta.

Eles já estavam com partes dos corpos esquartejados colocadas em sacos pretos e que depois foram desovadas às margens da BR-163.

Desaparecimento e ‘micro-ondas’

Para a polícia, foi relatado o desaparecimento do casal, na madrugada de 15 de agosto de 2021. No dia seguinte, as partes dos corpos foram encontradas carbonizadas em um terreno.

Um motociclista que passava pela região percebeu o corpo na área queimada. Ele pensou que se tratasse de um animal, mas depois viu os cabelos e acionou a polícia ao entender que era uma pessoa.