Messias Cordeiro, de 25 anos, autor dos disparos que provocaram as mortes da ex-namorada Karolina Silva Pereira, de 22 anos, e de Luan Roberto de Oliveira, de 24, disse que se ‘descontrolou’ na noite em que cometeu o crime.

“Vi toda aquela situação e não sei por qual razão, me descontrolei. Se eu tivesse consciência ali, eu não teria feito isso”, declarou.

Em audiência de instrução realizada nesta quarta-feira (30), Messias respondeu apenas às perguntas realizadas pela defesa. Ele contou que efetuou o primeiro disparo contra a ex-namorada e pensou que tivesse errado a mira.

“Eu andei quase meia quadra até ver os dois. Quando eles me viram, já estava de uma certa distância. Quando ela me viu, eu dei o primeiro disparo nela, nesse momento ela caiu, levantou e saiu correndo. Até então, eu achei que tinha errado esse disparo. Nesse momento, o rapaz pulou em mim, no que ele pulou, eu pulei pra trás e dei um disparo nele. Aí eu dei outro disparo na Karolina”, relatou.

Messias disse que depois que efetuar os disparos, ficou desorientado. Ele afirmou que atirou contra si e enviou mensagem para o celular da mãe da ex-namorada.

“Tinham duas munições dentro da arma que estavam amassadas. Eu tinha cinco munições, dei três disparos neles e outros dois na minha cabeça. Fiquei tão desesperado. Corri para o outro lado e deixei a moto para trás. Nisso mandei mensagem para a mãe da Karolina e disse que para o mesmo lugar que a ela foi, eu também vou”, declarou.

Testemunhas de acusação e defesa também foram ouvidas nesta tarde. A mãe de Messias, Claudineia Cordeiro, de 43 anos, que participou da audiência, contou que conversou com o filho logo após o crime.

“Ele disse: ‘mãe, eu fiz uma loucura, eu matei a Karol e atirei no rapaz. Ele perdeu a cabeça quando viu Karolina beijando o moço”, defendeu.

A mãe da jovem, Patrícia da Silva Leite, 38 anos, e a mãe de Luan, Ednamar Braga de Oliveira, de 49 anos, participaram da audiência e pediram por justiça.

A audiência terminou por volta das 17 horas. Ao todo, oito pessoas foram ouvidas, incluindo Messias. O advogado de defesa, Caio Moura, pediu testes psicológicos, mas teve o pedido negado.

O crime

No dia 30 de abril, Karolina e Luan estavam na frente da casa dela, no bairro Jardim Monumento, quando foram atingidos por disparos de arma de fogo. O jovem foi atingido e morreu no local. Já Karolina foi socorrida em estado grave e encaminhada para Santa Casa de Campo Grande. Ela ficou dois dias no CTI (Centro de Terapia Intensiva), mas não resistiu.

Na época do crime, as investigações que apontaram Messias como autor dos disparos confirmaram premeditação do feminicídio. Ele teria planejado o crime quatro dias antes, após ver a ex-namorada trocando beijos com Luan.

O pai de Messias também foi preso depois que a Polícia encontrou uma arma modificada. Ele passou por audiência de custódia e foi solto.