Dois homens, de 28 e 32 anos, de naturalidade paraguaia foram presos por envolvimento na morte de Luz Maida de 3 anos, morta em uma boca de fumo de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha à sul-mato-grossense Ponta Porã, na divisa entre os dois países.

Agentes do Departamento de Investigações de Homicídio, do Departamento de Amambay, fizeram a prisão. A mãe, de 42 anos, apontada por ter trocado a própria filha por 30 pedras de crack, foi presa. Um outro homem também foi preso e adolescente de 17 anos, apreendido pelo crime.

Polícia do Paraguai suspeita que a menina foi abusada por mais de uma pessoa. Os dois presos nesta terça-feira (25) negam envolvimento no estupro, porém a polícia não descarta a hipótese. Exames confirmaram que a criança foi abusada.

O homem de 32 anos relatou que seria apenas testemunha. Ele disse que estava no local, a mãe da menina estava usando drogas, e, como o entorpecente acabou, ela queria continuar o uso, por isso então trocou a filha por drogas.

Irmãos

Outros três irmãos da menina vão ficar sob a guarda da Defensoría de la Niñez, uma espécie de Conselho Tutelar do Brasil, segundo o promotor José Luis Torres, responsável pelas investigações da Polícia Paraguaia.

Enquanto ocorria o velório de Luz Maida, nesta segunda-feira (24), a polícia paraguaia conseguiu resgatar a irmã dela, de 12, que morava com um homem de 30, em Pedro Juan Caballero, divisa com Ponta Porã. Ela foi estuprada pelo padrasto e também foi entregue pela própria mãe, que é usuária, em troca de drogas.

‘Boca de fumo’ incendiada

Mais de 300 moradores do bairro Romero Cué, em Pedro Juan Caballero, cidade localizada na fronteira com Ponta Porã, invadiram a residência onde funcionava a ‘boca de fumo’ e colocaram fogo no local. Os vizinhos estão revoltados com a morte brutal da menina Luz Maida.

Investigações da Polícia Nacional apontam que a criança de apenas 3 anos de idade foi deixada no local pela própria mãe em troca de 30 doses de crack na última sexta-feira e encontrada morta no sábado (22) em uma casa abandonada.

O corpo da menina foi levado para Assunção, onde passou por perícias. Laudo aponta que ela sofreu abusos. Os requintes de crueldade que envolvem o crime aumentaram o clima de tensão entre os vizinhos e o dono da ‘boca’, que ameaçam fazer um linchamento da envolvida.

30 porções de crack

No último domingo (23), o promotor de Justiça José Luis Torres, nomeado para trabalhar no caso, indiciou a mãe da menina e um adolescente de 17 anos, que estariam diretamente ligados ao crime.

Fontes do Ministério Público do Paraguai apontam que há evidências de que a menina foi dada pela mãe ao adolescente em troca de drogas. Trinta doses de crack, no valor de G. 100 mil, foi o que a mãe viciada teria recebido por ter desistido da filha.