O esquema milionário de lavagem de dinheiro usado pelas empresas ligadas ao ‘Clã Pavão’ extrapolava o setor privado e se estendia até instituições públicas. É o que apontam as investigações da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) que revelam negócios do grupo até com o Ministério da Defesa do Paraguai.

Durantes as diligências da Operação ‘Pavo Real’, os agentes descobriram um imóvel que foi alugado pelo governo paraguaio durante cinco anos. O local pertence ao irmão do ‘Barão das Drogas’ e foi locado pelo valor de 1.300 milhões de guaranis.

Segundo informações do Ministério Público do Paraguai, o sistema de lavagem financeira atuava na venda e arrendamento de imóveis efetuada por empresas criadas por testas de ferro ligados ao serviço da organização criminosa chefiada por Jarvis Chimenes Pavão.

Ainda conforme as investigações, os ativos são inseridos no sistema financeiro do Paraguai por meio de hipotecas repetidas, com a finalidade de justificar a origem do dinheiro e assim proteger as propriedades contra eventuais comissões e justificar rendimentos.

O contrato estabelecido com o Ministério da Defesa é semelhante aos que foram feitos nas fazendas Cristo Rey e Negla Poty. Nesses casos, o Ministério Público relata que as empresas foram repassadas para terceiros, como forma de esquentar as transações financeiras.