Lei Maria da Penha encoraja denúncias e Dourados registra um caso de violência a cada 6 horas

Delegada titular da DAM diz que números revelam queda na subnotificação

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Em 2022, a DAM de Dourados passou a ter 3 delegadas (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

A escalada da violência doméstica contra mulheres em Mato Grosso do Sul parece não ter limites. Dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) revelam que na maior cidade do interior uma ocorrência é registrada a cada seis horas, considerando um total de mais de 1.153 denúncias.

No mesmo período do ano passado, foram registradas 1.063 ocorrências. “Percebe-se que os números praticamente são os mesmos e que não é possível constatar que houve um aumento nos registros”, explica a delegada titular da DAM (Delegacia de atendimento à Mulher) de Dourados, Ana Cláudia Pimentel Malheiros Gomes, à reportagem do Jornal Midiamax.

No entendimento da delegada, o número elevado de registros se deve, principalmente, à divulgação da Lei Maria da Penha e também às campanhas realizadas durante o ‘Agosto Lilás’. “Acredito que não há um aumento dos casos, mas sim uma diminuição da subnotificação com o encorajamento das mulheres a realizarem o registro”, explica Ana Cláudia.

Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, a delegada, que está há pouco de mais de um ano no comando da DAM de Dourados, ressalta que desde 2022 a delegacia passou a ter 3 delegadas compondo o quadro. Com ela também trabalham Thays do Carmo Oliveira de Bessa e Ariana da Silva Gomes.

Segundo ela, essa é uma conquista da Delegacia Regional de Dourados, por meio do titular, Adilson Stiguivitis Lima e do Diretor de Departamento de Polícia Civil, Lupércio Degerone, sendo possível, dessa forma, contar com um cartório e uma delegada somente para atender aos casos de crimes sexuais contra mulheres.

‘Inúmeras consequências’

Na avaliação da delegada, a DAM de Dourados tem conseguido dar mais celeridade aos procedimentos, principalmente, no que tange aos crimes sexuais praticados em desfavor de crianças.

“A violência sexual praticada no âmbito doméstico, principalmente contra criança e adolescente para mim são as mais impactantes, porque acarretam inúmeras consequências. Causa enorme sofrimento; deixa marcas nas famílias, afetando as várias gerações e impede que as mulheres realizem as suas potencialidades”, pondera Ana Cláudia.

Ainda segundo a delegada, esse tipo de violência pode gerar diversas questões para a criança ou adolescente que o sofreu. “Isso porque, quando a violência é praticada por algum parente ou conhecido da vítima – a forma mais comum desse tipo de violência – a visão de segurança, confiança e proteção que ela possui é abalada e pode ser reproduzida na vida adulta”, detalha a titular da DAM.

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