A Justiça negou o pedido de prisão preventiva da mãe e do padrasto de Rúbia Joice de Oliver Luvisetto, acusada de participar do assassinato, esquartejamento e de ocultar o corpo do ex-namorado, o jogador de futebol Hugo Vinicius Pedrosa, de 19 anos, em Sete Quedas. O MPMS (Ministério Público Estadual) havia pedido a prisão.

De acordo com o magistrado Mateus da Silva Camelier, “a situação em questão NÃO atende aos requisitos do art. 313 do CPP, uma vez que a pena máxima do crime pelo qual os representados foram denunciados não é superior a quatro anos; não há informação nos autos de que eles sejam reincidentes e não se trata de conduta praticada no âmbito doméstico e familiar contra a mulher”.

Sendo que neste quesito, o juiz indeferiu os pedidos de prisão da mãe e do padrasto de Rúbia. O amigo da ex-ficante do jogador Hugo Vinicius, que em depoimento disse que foi obrigado a ajudar Danilo a levar o corpo até o rio para desovar, acabou sendo denunciado pelo crime do artigo 211 do Código Penal:

211 – Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Rúbia teve a prisão preventiva decretada. A decisão foi do juiz Mateus da Silva Camelier, que alegou “que há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade, e que a manutenção da prisão é indispensável para a garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, garantia de aplicação da lei penal e por conveniência da instrução criminal. As medidas cautelares diversas da prisão, elencadas no rol do art. 319 do CPP, revelam-se, nesse momento, inadequadas e insuficientes para resguardar a ordem pública e garantir a aplicação da lei penal”, decide.

O crime

O crime foi premeditado e dificultou a defesa do jogador, segundo a polícia. Hugo foi morto com três tiros, sendo dois na testa, e ainda teve o corpo esquartejado sendo arremessado no rio, o que envolveu uma força-tarefa para localizar os restos mortais. 

Conforme a Polícia Civil, foram ouvidas 17 testemunhas, além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, o que resultou em celulares e objetos perfurocortantes encaminhados para perícia. Ao todo, a investigação durou 11 dias e continua em andamento, com a colaboração de pessoas que foram “peças-chave” para identificação dos envolvidos.

Danilo mentiu para a polícia 

Danilo mentiu para a polícia. Ele contou que, na noite do dia 24 de junho, foi para uma festa no posto com seu pai em uma caminhonete Hilux e que teria deixado o local também na companhia dele. Disse ainda que, neste dia, estava brigado com sua namorada.

Contou ainda que, naquela noite, viu Hugo na festa e se cumprimentaram. No relato, disse que nunca havia conversado ou brigado com Hugo, mas que a vítima tinha ciúmes dele porque Danilo teve um breve relacionamento com a ex-namorada do jogador.

Consta ainda no depoimento do autor que a vítima estaria sob efeito de drogas, muito alterada, além de perceber um ‘volume’ na cintura de Hugo. Danilo disse à polícia que teria ouvido comentários de que o jogador estaria armado.

Por volta das 4h30, relatou ter ido embora da festa com seu pai na caminhonete e dormiu, acordando por volta das 13h. Disse que seu primo compareceu na festa, mas foi embora antes.

O depoimento diverge tanto do relato da ex-namorada do jogador, quanto do amigo dela que estava na casa e teria ajudado a colocar o corpo do jogador no veículo após o primeiro disparo.