Kennyd José Antunes Oliveira, de 29 anos, foi condenado a 4 anos de reclusão por participação no assassinato de Carlos André Isidio Acosta, de 21 anos, morto a tiro em abril do ano passado, no Bairro Caiobá, em Campo Grande. Kennyd ainda respondia por corrupção de menores quanto ao autor dos tiros, um adolescente de 16 anos. O adolescente foi ferido a tiros 6 dias após o crime.

O Conselho de Sentença reconheceu a causa de diminuição mediante participação de menor importância, já que Kennyd era quem conduzia a motocicleta e o adolescente, que estava no garupa, efetuou os disparos.

A princípio, ele deve cumprir a pena em regime aberto.

“Ele passou em casa, me chamou para beber com umas amigas. Perguntou se eu queria pilotar a moto e eu fui. Ele foi indicando o caminho”, falou Kennyd durante depoimento nesta manhã no Tribunal do Júri, negando que sabia do crime.

Ainda na versão de Kennyd, ele nem imaginava que o autor do tiro estivesse armado e que foi tudo muito rápido. “Ele atirou, eu pilotei a moto e voltei para a casa rapidinho”. O adolescente que estava junto do réu acabou sendo assassinado três meses depois do crime.

A mãe de Kennyd também foi ouvida. Ela disse que, no dia do fato, o filho saiu de casa com um adolescente de moto, apontado como autor do disparo, por volta de 23 horas e que, logo em seguida, cerca de 10 minutos, Kennyd já teria retornado.

Mas, acusação do MPMS (Ministério Público Estadual), do promotor de justiça José Arturo Bobadilha Garcia, trabalha para comprovar que Kennyd tinha conhecimento que o ‘amigo’ queria assassinar Carlos. Mas, em seu depoimento hoje, Kennyd disse que não tinha conhecimento do crime e que nem conhecia a vítima.

Morte de Carlos

Na época, uma moradora do Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande, relatou ao Jornal Midiamax que ouviu muitos gritos e um único tiro, que acabou na execução de Carlos André. A testemunha contou que estava sentada na varanda quando ouviu vários gritos, um tiro e muita correria.

Ela ainda contou que ouviu quando a irmã de Carlos pediu para ele entrar correndo, momento em que a vítima tentou sair do local, mas acabou atingida. Carlos foi colocado dentro do carro da família e levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coophavila, não resistiu e morreu com ferimento no tórax.

O criminoso estava na companhia de outro homem, em uma motocicleta, de cor escura, e seria conhecido no bairro como ‘Juninho’. Ele já teria ameaçado Carlos de morte, inclusive, um mês antes, quando foi até a residência da vítima.

Assassinato do adolescente

O adolescente, que é conhecido na região, foi ferido pelos tiros na Vila Fernanda e socorrido inconsciente pelo Corpo de Bombeiros no dia 25 de abril do ano passado, 6 dias após matar Carlos. Ele chegou a ser identificado pela polícia, mas não foi encontrado no dia do crime contra Carlos.

O adolescente foi atingido na cervical, tórax, dorso e boca. O menino estava na companhia de outro jovem da mesma idade na Rua Francisco Antônio de Souza quando foi atingido pelos tiros.

Ele foi socorrido, mas morreu na Santa Casa.