Um jovem, de 25 anos, denunciou dois colegas da mesma universidade, por injúria racial sofrida durante uma partida de basquetebol, ocorrida na última segunda-feira (15) em uma faculdade privada do município de Dourados, a 225 quilômetros da Capital. Após ser chamado de “macaco”, o jogador do time adversário ao da vítima foi expulso, e o caso ganhou repercussão nas redes sociais.

Conforme consta no boletim de ocorrência, a vítima informou que durante o jogo ocorreu uma discussão entre um jogador do time dele e outro do time adversário. O jovem teria ido separar a confusão, quando ouviu “sai daqui seu macaco (sic)”.

Então, a vítima foi até a mesa de arbitragem, composta por contratados, que teriam expulsado o jogador, mas os funcionários não fizeram nada a respeito.

Segundo explicado pelo advogado da vítima ao Jornal Midiamax, Carlos Eduardo Mascarenhas, as ofensas ocorreram durante a partida de um torneio entre cursos da universidade. Após o ocorrido, algumas delas se pronunciaram nas redes sociais com notas de repúdio e o caso virou assunto nos grupos de alunos.

Foi então que outra aluna foi denunciada por injúria racial. “Nos grupos foi constatado outra aluna que teria dito “o macaco ficou ofendido (sic)” e foi pedido pela inclusão dessa pessoa no boletim de ocorrência”, afirma o advogado.

No momento em que o crime aconteceu, o advogado explica que o jogo foi parado, mas não consta na súmula da partida que o acadêmico teria sido expulso e nem o motivo. “A faculdade não prestou nenhum tipo de assistência, não procurou fazer uma nota sequer, e encaminhamos um ofício à universidade e enviado pelo Conselho Municipal de Defesa e Desenvolvimento dos Direitos Afro-brasileiros de Dourados – COMAFRO. E eles receberam a resposta do ofício pela faculdade no dia 19.”, disse o advogado.

Faculdade abriu sindicância

Em nota publicada no site oficial da instituição, nessa segunda-feira (22), a universidade informou que abriu uma Comissão de Sindicância, na unidade de Dourados, para apurar os fatos. A comissão tem o prazo de seis meses para concluir as apurações. A portaria é assinada pela reitora da universidade.

(Matéria alterada às 08h12 para correção de informação)