Caso Marco Aurélio: homem é flagrado em MS com documento de escoteiro desaparecido há 38 anos

Suspeito disse à polícia que viu sobre o caso na mídia e decidiu usar nome da vítima, que foi vista pela última vez em 1985

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Escoteiro Marco Aurélio, 15 anos, desapareceu em 1985 no Pico dos Marins, em Piquete, São Paulo. (Arquivo)

Um homem foi indiciado por falsidade ideológica, após ser flagrado utilizando uma certidão de nascimento original do escoteiro Marco Aurélio Sinon, que desapareceu aos 15 anos em 1985, no Pico dos Marins, em Piquete, São Paulo. O caso foi descoberto na quarta-feira (13), em Selvíria, mas só foi divulgado nesta segunda-feira (18).

Segundo a polícia, o homem compareceu na própria delegacia em Selvíria, no dia 23 de agosto, às 8h, para fazer o documento de identidade com o perito papiloscopista. Ele se identificou com o nome da criança desaparecida, inclusive apresentou uma certidão de nascimento original no nome de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, expedida pelo cartório civil das pessoas naturais e de interdições e tutelas de Santa Fé do Sul (SP), e foi verificada autenticidade pelo selo no site do Tribunal de Justiça de São Paulo.

No dia, o atendimento foi feito normal com foto do rapaz e coleta de impressões digitais. Na quarta-feira (13), o indivíduo ligou na delegacia para saber se o RG havia ficado pronto e aos acessar o sistema IDNet Civil, para verificar, o perito constatou que o documento não havia sido emitido e tinha uma observação. Ao falar com o setor responsável, foi informado de que o homem já tinha um RG registrado em MS com outro nome. 

O perito então buscou pelo nome que consta na certidão de nascimento e constatou que era de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, uma criança desaparecida em 1985, cujo caso ficou famoso nacionalmente.

Nesta segunda-feira, por volta das 9h, o homem foi até a delegacia de Selvíria buscar o documento e após ser confrontado, confessou que estava mentindo e alegou que o motivo de ter solicitado a RG se passando por Marco Aurélio era que não queria usar mais o nome do seu genitor. 

Ele foi interrogado e indiciado por falsidade ideológica, podendo sua pena chegar a 5 anos de prisão.

Segundo delegado responsável pelo caso, Felipe Rocha, o homem solicitou a certidão original em Santa Fé. “Ele viu a reportagem falando sobre a morte de Marco e pediu a certidão”, explicou o delegado, afirmando que apesar de estranho, é possível.

Escoteiro desaparecido

Marco desapareceu quando fazia uma trilha ao cume do Pico dos Marins acompanhado de três amigos de mesma idade, 15 anos, e o líder de escotismo do grupo.

Foram feitas escavações, interrogatórios, sem pistas. 

O caso foi arquivado e desarquivado. Retratos de como o adolescente estaria foram atualmente divulgadas.

Foi divulgada nesta segunda-feira (18), inclusive, que as buscas pelo escoteiro foram retomadas, após 38 anos. Segundo a polícia, o motivo seria que surgiram novas pistas de que o corpo de Marco pode estar enterrado no Pico dos Marins. As buscas devem durar cinco dias.

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