Aurides Teodoro de Souza Alvez Garcia foi condenado, durante julgamento no Tribunal do Júri nesta sexta-feira (4), a 5 anos e 10 meses de reclusão pelo assassinato de João Vitor Ferreira da Silva, de 18 anos, em outubro de 2016, no Jardim Campo Alto, em Campo Grande. A pena deve ser cumprida em regime semiaberto.

Consta na denúncia que o autor teria agido por ciúmes da sobrinha durante uma festa na casa de um familiar. Após esfaquear a vítima, ainda passou com o carro por cima do corpo e fugiu.

A defesa chegou a pedir absolvição e, no caso de condenação, o reconhecimento de domínio de violenta emoção.

O Conselho de Sentença o julgou culpado. O juiz o condenou por homicídio doloso simples privilegiado.
A pena inicial era de 8 anos. Foi reduzida em um ano pela confissão e os jurados acolheram a tese de causa especial de diminuição de pena, sendo então condenado no mínimo legal, sendo 5 anos e 10 meses.

Assassinato e outra versão

Aurides se apresentou na delegacia em novembro daquele ano. Em depoimento contou que o crime aconteceu depois que ele se negou a comprar drogas com a vítima e os dois brigaram.

Na época, a delegada responsável pelo caso informou que no relato de Aurides contou que todos começaram a beber e em determinado momento o autor chamou a vítima para comprar mais vodka, já que a bebida tinha acabado na casa. No caminho, segundo Aurides, João Vitor pediu para passar em uma boca de fumo, onde ele deveria buscas porções de droga, mas ao perceber que eles estariam indo para um lugar ‘estranho’, o suspeito se negou.

“O Aurides afirmou que entrou no terreno para fazer o contorno, mas os dois começaram a brigar e Vitinho deu um tapa no rosto dele. Eles entraram em luta e desceram do carro, ainda brigando”, lembra a delegada. O homem narrou que assim que desceu do veículo, um Gol cinza, o jovem fez menção de estar armado, colocando a mão na cintura.

Se sentindo ameaçado, o suspeito correu até o carro, pegou uma faca que ele costumava usar em pescarias e se voltou para o garoto. Mesmo armado, ele afirmou que João Vitor continuava a segurar algo na cintura, dizendo: “Sou do PCC, pode vir, pode vir”.

Depois disso, Aurides desferiu cinco facadas no tórax de ‘Vitinho’ que se apoiou na parte traseira do carro, ainda vivo. Neste momento, o suspeito efetuou um corte profundo na garganta do jovem, que caiu. “Ele alegou que depois disso, por estar muito nervoso, entrou no carro e ao fazer a manobra de ré para sair do terreno, sem perceber, atropelou a vítima”.