A Justiça negou o pedido de liberdade feito pela defesa de João Pedro de Miranda, preso na madrugada do dia 8 deste mês, na Avenida Afonso Pena, após provocar um acidente ao dirigir embriagado e com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa.

O advogado de defesa, Benedicto Arthur de Figueiredo, relatou em seu pedido que “a decisão está pautada em fundamentos genéricos e abstratos, que não evidenciam, concretamente, o risco de reiteração delitiva ou a imprescindibilidade da custódia para a garantia da ordem pública.”

A defesa ainda pede pela liberdade com medidas cautelares e para responder ao processo em liberdade, mas o pedido foi negado pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros, no dia 16 deste mês, onde o magistrado discorreu que “emerge tratar-se do terceiro caso à semelhança envolvendo o paciente. Responde a ação penal por lesão corporal provocada no trânsito, ocasião em que estaria conduzindo veículo em tese sob a influência de álcool, fato ocorrido em janeiro de 2017, assim como já foi, em outra ação penal, condenado por homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, também em tese sob a influência de álcool, em grau de recurso, e, agora, por lesão corporal na direção de veículo automotor, igualmente sob a suposta influência de álcool. A situação aqui enfocada, destarte, não lhe representaria ineditismo algum, tampouco fato isolado em sua vida”.

João Pedro foi preso depois de provocar um acidente, na Rua Paulo Machado, nas proximidades da Avenida Afonso Pena, na madrugada do dia 8 de junho. Ele atingiu um veículo Toyota Corolla, onde estava uma motorista, e disse na delegacia que a mulher ‘furou o sinal vermelho’.

O acidente aconteceu depois da meia-noite e, quando preso, João que apresentava sinais de embriaguez disse aos policiais que a motorista teria furado o sinal vermelho e que ficou no local do acidente prestando socorro sem fugir. João ainda relatou que faz residência médica no Hospital da Cassems.

Durante a prisão, João Pedro confessou que havia ingerido bebidas alcoólicas. Ele apresentava sonolência, olhos vermelhos, roupas em desalinho e odor etílico, segundo os policiais que atenderam o acidente.

A motorista foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para a Santa Casa, com fratura no quadril. A vítima dirigia um Toyota Corolla e seguia pela Avenida Rubens Gil de Camilo, sentido leste-oeste, quando no cruzamento com a Rua Paulo Machado foi atingida pela caminhonete Amarok, conduzida por João.

Com a batida, o carro da vítima ficou com a lateral do motorista destruída. O local fica a poucos metros de onde aconteceu o acidente com morte em 2017, também provocado por ele.

João Pedro estava com a CNH (Carteira Nacional Habilitação) vencida e foi levado para a delegacia, preso em flagrante pelo crime. 

Reincidente

Dez meses antes de matar Carolina no trânsito, João Pedro de Miranda se envolveu em um acidente na Avenida Euller de Azevedo, na Tamandaré, quando acertou um Fiat Uno, onde estavam três pessoas. O acidente aconteceu no dia 21 de janeiro às 21h50, quando bêbado João saiu dirigindo. 

João conduzia a caminhonete Frontier quando atingiu um veículo Fiat Uno onde estava mãe e filho, que ficaram feridos e foram socorridos para Santa Casa. O autor fugiu do local do acidente.

Segundo restou apurado, o veículo Uno era conduzido por um homem e estava na Rua Doutor Euler de Azevedo, junto à Rua Tamandaré, sentido centro/bairro, aguardando preferência de passagem para entrar na rotatória.

Enquanto aguardava, o motorista teve seu carro atingido pela caminhonete de João Pedro de Miranda, que trafegava pela Rua Tamandaré e atravessou um dos canteiros existentes na Rua Doutor Euler de Azevedo. Marcas de derrapagem ficaram na pista, no dia do acidente.

Na época foi dito que logo após o acidente três rapazes chegaram ao local e João Pedro fugiu. O pai do médico assumiu a culpa dizendo aos policiais que ele estaria dirigindo o carro, o que foi contestado por testemunhas que estavam no local no momento do acidente.

Foi descoberto, então, que o pai de João Pedro de Miranda havia mentido e dado falso testemunho em inquérito policial para livrar o filho das consequências de dirigir embriagado provocando um acidente. Tanto pai quanto filho foram denunciados em abril de 2018 pelos crimes. Uma audiência sobre o caso foi marcada para novembro deste ano às 13h30, onde serão ouvidas testemunhas da defesa e acusação.