‘Fiquei sem chão’, fala mãe de menina de 4 anos abusada em creche de Campo Grande

Menina não quer nem passar na rua onde fica a creche, segundo a mãe

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Sala de depoimento especial (Henrique Arakaki, Midiamax)

A mãe da menina, de 4 anos, estuprada pela professora em uma Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) de Campo Grande, afirmou que está revoltada com o fato, ainda mais por acontecer dentro na unidade escolar. Bastante abalada, a jovem, de 19 anos, conversou com o Midiamax. “Fiquei sem chão quando soube”, disse.

A mãe relembrou que o caso teria acontecido em uma quinta-feira. A criança chegou em casa com vermelhidão nas partes íntimas, a mãe questionou o que aconteceu e ela teria dado uma primeira versão, dizendo que se machucou com um baldinho de brinquedo. “Como ela é uma criança e foi muito coagida e ameaçada, ela nos deu outra versão, que acreditamos que foi a professora quem falou”, explicou a mãe.

No dia seguinte, a criança foi para a escola normal e só no outro dia (sábado) foi que deixou ‘escapar’ o abuso. “No momento de dor, ela deixou escapar que estava doendo igual quando a professora dela ‘machucou’. Aí foi o maior desespero, angústia”, lamentou a mãe.

Em seguida, a criança disse que não poderia falar mais porque era um ‘segredo’ entre ela e a professora. A professora teria dito ainda que se ela falasse alguma coisa seria jogada na piscina sem boia, além de bater nela. “Nós temos piscina em casa, penso que ela usou disso para fazer as ameaças. Minha filha contou muito detalhes revoltantes”, explicou.

Logo depois, mãe e filha foram para a delegacia e a criança passou por exames que confirmaram o abuso. “Semana que vem vamos ter que passar por psicólogo”, afirma.

Ainda segundo a mãe, a escola nem a Semed (Secretaria Municipal de Educação) se pronunciaram. Ela chegou a marcar uma reunião na escola, mas logo a diretora teria ligado desmarcando. “A escola não se pronuncia. Recusou a falar comigo. Estou tendo que pagar advogados particulares”, disse.

A criança estuda na mesma escola desde o ano passado e nunca havia reclamado do local ou de alguém. Desde o ocorrido, a criança não está estudando e segundo a mãe, está traumatizada, não querendo nem passar em frente a creche. “Um lugar que ela gostava de ir, por ter amiguinhos, agora não quer nem passar na rua. Isso é muito revoltante, a escola não toma nenhum posicionamento, minha filha vai ter que passar por um psicólogo”, reclama. Não há informações se houve registro de outros casos. 

A reportagem entrou em contato com a Semed, mas até o momento desta publicação não obteve retorno.

Abuso na creche

Conforme o boletim de ocorrência, no último dia 10 de agosto, a criança relatou à mãe que estava sentindo dor ao urinar. Dias depois, após o banho, a criança reclamou de dor novamente e a mãe descobriu o crime. 

A criança ainda relatou que a professora colocou sua cabeça no vaso sanitário do banheiro, realizando uma cambalhota com a menina, deu descarga e disse que iria jogá-la na piscina sem boia. A professora pediu que a menina guardasse segredo, ameaçando dar uma surra na mesma.

A criança passou por exames periciais, que constataram lesões na região íntima. A mãe pediu medidas protetivas com urgências para a filha.

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