O CMO (Comando Militar do Oeste) emitiu um alerta para todas as organizações militares sobre o ex-militar Ronny da Silva Cristaldo, de 40 anos, que tem aplicado golpes envolvendo empréstimos se passando por militar em Mato Grosso do Sul.

O objetivo do alerta foi permitir que seja estabelecida uma rede de segurança para que o mesmo não possa efetuar ações na região de -MS, bem como para que os militares da guarnição possuam informações sobre o referido cidadão para identificá-lo. Caso ocorra a identificação, a situação será resolvida de acordo com os procedimentos de segurança e legais previstos“, diz o alerta.

Em um processo na justiça comum, uma das vítimas, de 55 anos na época, fez ocorrência afirmando que em setembro de 2015 o autor fez um empréstimo com ele no valor de R$ 30 mil, que foi feito reconhecimento de firma da assinatura. No contrato, o autor disse que passaria para a vítima a escritura de uma casa e em veículo Fiat Uno como garantia de empréstimo.

A vítima disse à polícia que descobriu que o carro, além de não estar quitado, como o ex-militar havia informado, estava com mandado de busca e apreensão. E que a casa, a qual receberia a escritura, também seria objeto de estelionato.

Antes de perceber que havia caído no golpe, em junho de 2016, a vítima afirmou que o autor havia pedido seu veículo emprestado, um GM Captiva, para ir até Mato Grosso vender uma casa e que, com esse , assim que voltasse, quitaria todos os débitos com a vítima. Porém, ao retornar, o ex-militar não quitou as dívidas, nem devolveu o veículo. Foi então que percebeu que tratava-se de golpista.

À polícia, a vítima contou que o autor apresentou um documento militar do Exército como 2° Sargento e que o homem andava armado.

O veículo foi encontrado na casa do pai do ex-militar e apreendido.

Ronny foi detido e negou crimes

Na época, quando foi levado à delegacia, Ronny disse que entrou no Exército em 2002 e que foi sargento temporário até 2012. E estava afastado das atividades, inclusive havia entregado a identidade funcional na época.

Ele negou ter feito o empréstimo de R$30 mil com a vítima, tampouco ter assinado a declaração constante dos autos. Afirmou que vendeu o veículo FIAT Uno para a vítima e que, por ele, pagou o valor de R$ 15 mil, comprometendo-se com o pagamento das parcelas de financiamento.

Sobre o carro Captiva, disse que homem o financiou em uma garagem e lhe entregou como pagamento de uma dívida, ficando combinado que a vítima pagaria as parcelas do financiamento até atingir o valor de R$ 15 mil, quando, então, estaria quitado o débito que o homem possuía com o ex-militar.

Em 2019 o Ministério Público ofereceu denuncia contra Ronny dizendo que, para dar credibilidade ao golpe, se apresentou como sendo militar do (mas não era), inclusive lhe mostrou identificação funcional militar falsa.

Ele foi citado, mas como não compareceu ao processo e a defesa foi omissa, acabou suspenso o processo e o curso prescricional por 12 anos, datado em setembro de 2021.