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Polícia

Executado com 15 tiros na frente dos filhos delatou mulher decapitada pelo PCC em Campo Grande 

Joice era integrante do Comando Vermelho e foi decapitada por facção rival em 2018
Thatiana Melo, Mirian Machado -
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Rescaldo de homicídio que ocorreu no bairro José Tavares (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Rangel Batista da Silva, de 19 anos, executado com pelo menos 15 tiros, na noite dessa segunda-feira (21), no Bairro Nova Lima, em Campo Grande, foi quem delatou Joice Viana de Amorim, de 21 anos, integrante do Comando Vermelho ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Joice foi decapitada em maio de 2018.

Segundo consta na denúncia do MPMS (Ministério Público Estadual), Joice teria confessado a Rangel na época e a mais dois adolescentes que seria membro da facção rival e Rangel teria entregado a confissão ao PCC. As investigações sobre o crime foram realizadas pelas equipes da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Com isso, Joice foi levada para a Primeira Cantoneira para o PCC fazer seu julgamento. Ela chegou a gravar um vídeo em que afirmava ser do Comando Vermelho. A jovem foi encontrada decapitada com as mãos amarradas para trás em uma estrada vicinal na região do Bairro Santa Emília, em Campo Grande, no dia 14 de maio de 2018.

O corpo de Joice foi enrolado em uma lona e desovado em uma estrada do bairro Santa Emília.

Rangel foi assassinado com mais de 15 tiros na frente dos filhos e da esposa, na varanda de sua casa. Os atiradores estavam em uma motocicleta de cor preta. Vizinhos chegaram a pensar que os tiros seriam bombinhas.

Decapitação de Joice

Dias antes de ser morta, Joice conheceu Weslley Marques da Rocha, vulgo ‘Cabecinha’, de 25 anos, em uma festa. Os dois teriam ido para uma casa, no bairro Jardim Colorado, onde morava um adolescente de 17 anos. No local também estavam mais dois menores, de 14 e 16 anos.

Em determinado momento, o menor de 14 anos teria roubado o chinelo da jovem. Quando Joice percebeu o roubo, ficou irritada e exigiu que o chinelo fosse devolvido, afirmando que era integrante da facção CV (Comando Vermelho) e merecia respeito.

Após a declaração, os adolescentes ligaram para Marcos Felipe Dias Lopes, de 19 anos, vulgo ‘Correria’, que ocupa o ‘cargo’ de ‘disciplina’ do PCC da região do bairro Santa Emília, e avisaram que na casa havia uma menina que se dizia ser integrante da facção rival.

‘Correria’ então mandou Ygor Matheus Dutra dos Santos, de 19 anos, ir até a casa confirmar se Joice realmente era integrante do CV. Após constatar que a jovem realmente fazia parte da facção, outros dois integrantes, Eloir de Oliveira, de 52 anos, vulgo ‘Mil Grau’, e Lucas da Silva, de 19 anos, também foram até a casa, já com a intenção de realizar o julgamento.

Pelo fato de Joice ser uma mulher, foram chamadas duas líderes femininas do PCC, Miria Helena Júlio Pasphuin, vulgo ‘Pandinha’, de 21 anos, e Isabella Sanches dos Santos, vulgo Bellinha, de 22 anos, para participarem do tribunal.

Durante ligação por videoconferência com outros membros da facção, os integrantes receberam a ordem, de dentro do presídio, para levar Joice para outra casa, no bairro Santa Emília, pois a casa onde estavam era muito visada pela polícia, já que a proprietária, mãe de um dos adolescentes envolvidos, estava presa por roubo de caminhonetes.

Joice foi levada para a casa de Davi Miguelão, no bairro Santa Emília, em um carro Gol, por Wellison de Souza Silveira, vulgo ‘Zé Cotó’, de 23 anos, Lucas, Danilo de Souza brito, vulgo ‘Satã’, de 19 anos, e Miria.

Nessa casa, foi recebida a ordem de dentro do presídio para a jovem ser executada. Antes, Joice foi obrigada a gravar um vídeo que foi divulgado pela facção. Em seguida, ela foi decapitada viva por Satã, que utilizou uma faca de cozinha para cortar o pescoço da jovem.  Durante a execução havia mais um integrante do PCC na casa, Thiago Velasquez de Souza, vulgo ‘Marquinha’, de 31 anos. ‘Marquinha’ foi morto em troca de tiros com a polícia durante um assalto a uma agência bancária em Terenos. Ele era o responsável por vigiar a casa onde Joice foi executada. O corpo de Joice foi enrolado em uma lona e desovado em uma estrada do Bairro Santa Emília.

Execução de Rangel

O crime aconteceu por volta das 19h48, quando estavam na varanda da casa, Rangel, a esposa, a sogra e os dois filhos. Os atiradores estavam em uma motocicleta, de cor preta. Um dos autores desceu e o outro ficou na esquina para a fuga.

O autor entrou na casa e fez vários disparos contra Rangel que foi atingido por pelo menos 15 disparos, mas 13 cápsulas foram recolhidas pela perícia. Logo em seguida, os autores fugiram e, segundo informações passadas para a Polícia Militar que atendeu no local, um dos homens estava de máscara, de cor azul.

O comparsa ficou na esquina para a fuga. Uma pessoa que passava em um Fiat Pálio socorreu Rangel até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Nova Bahia, mas ele não resistiu.

Horas antes do crime, a PM havia sido chamada no mesmo endereço por causa de uma briga de casal, onde a vítima era a esposa de Rangel, que durante a discussão acabou cortando a mão, mas ela não quis registrar BO contra o marido. 

Rangel tem passagens por furto, roubo, lesão corporal dolosa, receptação, desobediência e resistência.

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