Alvo da Operação Chip em 2017, ex-diretor do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) Fúlvio Ramires da Silva foi absolvido dos crimes que era acusado. Na época, a ação visava combater a entrada e distribuição ilegal de produtos no presídio.

Conforme a sentença do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal, o ex-diretor foi absolvido de todos os crimes que foi acusado. Já outros três réus no processo foram condenados por corrupção.

Assim, segundo o advogado da defesa de Fúlvio, José Roberto da Rosa, na época o então diretor tirou dois internos da cantina. Esses seriam familiares de uma vereadora e estariam ‘causando problemas’ no IPCG.

José Roberto da Rosa – Divulgação

Então, os presos foram transferidos para outra cidade e acionaram o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para uma delação premiada. Na ocasião, denunciaram Fúlvio.

Ainda conforme o advogado, dinheiro foi encontrado na sala do então diretor do presídio, mas que seria da arrecadação semanal da cantina. Tal valor seria repassado ao fundo penitenciário, para situações de emergência.

Como houve denúncia de envolvimento do diretor do IPCG com o esquema de corrupção, de entrada e venda de produtos ilícitos pela cantina, ele também foi alvo da operação. Na época, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

Operação Chip

A operação teve mais de uma fase e foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão preventiva pelo Gaeco. Assim, durante as investigações os promotores de justiça apuraram várias ilegalidades.

Então, foram identificados crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, inserção de celulares nos presídios, tráfico e associação ao tráfico de drogas. Com isso, foi deflagrada a primeira fase, com apreensão de documentos e objetos ilícitos.

Entre os materiais, 47 celulares foram apreendidos, dos quais 23 na casa de um servidor. Já no presídio foram encontrados 24 celulares, 24 carregadores, 19 fones de ouvido e 7 chips de celular.

Também foram apreendidos 562 gramas de maconha, 626 gramas de cocaína, além de alimentos que não poderiam ser comercializados dentro da unidade prisional.

Já na segunda fase, 6 pessoas foram presas preventivamente. Fúlvio chegou a ser detido em flagrante, mas solto com pagamento de fiança. Outros três agentes penitenciários também teriam sido presos na época.