Dupla é condenada a 42 anos pela morte de Maykel, que não teve corpo encontrado

Maykel foi sequestrado e assassinado em dezembro de 2019

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Tribunal do Júri (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Tales Valensuela Gonçalves e Márcio Douglas Pereira Rodrigues foram julgados e condenados na tarde de quinta-feira (19) por homicídio qualificado por motivo torpe, dissimulação, cárcere privado, e por integrar facção criminosa contra a vítima, Maykel Martins Pacheco, de 19 anos, que estava desaparecida desde dezembro de 2019. O jovem foi visto pela última vez na Nhanhá, em Campo Grande. O corpo nunca foi encontrado.

Márcio foi condenado a 21 anos de reclusão em regime fechado. Sendo 16 pelo homicídio, um ano pela ocultação de cadáver, um ano pelo cárcere e 3 anos por integrar facção criminosa.

Tales também foi condenado a 21 anos. Sendo 17 pela morte, um ano pelo cárcere e 3 anos por integrar facção criminosa. Ambos em regime fechado.

Relembre o caso

O caso chegou até a polícia em 5 de dezembro de 2019, após o rapaz desaparecer da Nhanhá, bairro onde estava morando havia aproximadamente um mês e a mãe dele denunciar que recebeu mensagens de uma namorada de Maykel, informando que o PCC tinha matado ele.

Conforme as investigações policiais, Maykel foi morto pelo PCC mesmo sendo simpatizante à facção criminosa, já que integrantes descobriram que ele já tinha sido faccionado ao Comando Vermelho, quando morava em Rondonópolis (MT). O homicídio começou a ser orquestrado cerca de um mês antes, quando a ex-cunhada e o namorado dela convidaram o rapaz para morar com eles na Nhanhá.

Maykel saiu da casa da mãe e foi morar naquele bairro, onde comercializava drogas. A partir dali, os membros da facção começaram a estudar a vida do rapaz e, quando já tinham informações suficientes, cometeram o crime. A ex-cunhada de Maykel teria topado participar indiretamente do crime porque estaria com dívidas de droga com o PCC.

No dia 4 de dezembro, Maykel foi convidado por Tales para ir até um local buscar drogas, quando o deixou na ‘cantoneira’, como são chamados os cativeiros. Lá, onde moravam Igor e Everson, Maykel teria sido mantido até o dia da execução, fato estranho à polícia, uma vez que é comum a troca de cantoneiras diariamente para despistar.

Os quatro homens presos inicialmente não falaram sobre os outros envolvidos no crime, já que seriam membros do alto escalão do PCC, que estariam à frente do julgamento. Maykel foi levado da cantoneira ao local ainda incerto, no Palio vermelho, que foi apreendido posteriormente e periciado. Foi identificado que outros dois homens teriam participado do homicídio e levado a vítima até o local da execução.

Um dos suspeitos, que seria um dos principais fornecedores de droga de um bairro de Campo Grande, foi identificado e teve prisão preventiva decretada após pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Já o outro, seria marido de uma das acusadas da execução de Joice Viana Amorim, decapitada em maio de 2018 pelo PCC, também em tribunal do crime.

Não é descartada a participação da jovem, que atualmente está em liberdade, mas até o momento nada foi comprovado. Após a morte de Maykel, a ex-cunhada dele foi avisada e teve que falar para a namorada do rapaz enviar mensagens para a mãe dele informando sobre o homicídio. Vídeos do jovem em cativeiro chegaram até a polícia, mas até o momento o corpo não teria sido localizado.

O caso foi investigado pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).

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