Detido mediante mandado de prisão e também em flagrante por tráfico de drogas na quarta-feira (12), homem de 30 anos apontado como participante da morte de Maykel Martins Pacheco, de 19 anos, teve a prisão mantida. Maykel foi sequestrado e assassinado em dezembro de 2019.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a conversão do flagrante por tráfico de drogas em preventiva. A defesa apenas pediu que o réu fosse encaminhado diretamente para o presídio, sem retornar para a delegacia. Na decisão em audiência de custódia na quinta-feira (13), a juíza de Direito decretou prisão preventiva do acusado.

Além disso, ela afirmou que como nos autos da prisão em flagrante foi apresentado que havia mandado de prisão contra o réu, investigado pelo homicídio, ele não pode ser encaminhado direito ao presídio. Portando o pedido foi indeferido e ele deve retornar à delegacia que investiga o caso.

Mandado e prisão em flagrante

Os policiais civis foram até a casa em que o suspeito estava e bateram na porta, dizendo “Abre, é a Polícia”. Em seguida ouviram barulho de algo quebrando e precisaram arrombar a porta para entrarem. O suspeito arremessou o celular contra um dos policiais e partiu para cima dele, precisando ser imobilizado, pois estava bastante agressivo. Na casa foi encontrada a droga, que totalizou aproximadamente 550 gramas de de cocaína.

Preso, ele confessou que vende o entorpecente para o PCC (Primeiro Comando da Capital), abastecendo a região central de . No depoimento, o réu afirmou que começou a vender drogas há aproximadamente seis meses e que entrou na vida do crime “por curiosidade”. Ele ainda disse que quebrou o celular para que os policiais não vissem conversas com a esposa, que pudessem comprometê-la.

Por fim, ele contou sore a morte de Maykel, dizendo que no Caiobá é disciplina do PCC, que a função é ajudar a ‘quebrar’, ou seja, agredir fisicamente para não deixar “a gurizada ficar roubando”. Já no Nhanhá ele é ‘companheiro’, simpatizante, e não é batizado pela facção. Confirmando participação no homicídio, ele revelou que no dia do sequestro de Maykel seguiu de motocicleta, acompanhando o carro em que a vítima estava até uma cantoneira, uma casa que servia como cativeiro.

O suspeito afirmou não lembrar todos que estavam presentes, mas revelou o nome de alguns envolvidos. Disse ainda que a motivação do crime teria sido porque ele tinha ouvido Maykel dizer que era simpatizante do , facção rival ao PCC. Na ocasião, Maykel disse que estaria na Nhanhá para descobrir onde “os irmãos” moravam, para informar o Comando Vermelho e matar os membros do PCC.

No cativeiro, o preso recorda que Maykel pedia uma oportunidade. Ele foi embora do local por volta das 22 horas e quando voltou às 6 horas do dia seguinte, os outros autores saíram no Palio vermelho com Maykel, sendo que ele acompanhou na motocicleta. Eles foram até uma estrada vicinal onde ocorreria a execução e ouviu os dois disparos de arma de fogo, mas não viu o momento dos tiros.

Por fim, ele afirma que chegou a ver Maykel correndo e depois ele e um dos autores caindo no matagal. Ele não ouviu mais tiros e afirmou não saber o que aconteceu. Um carro teria passado pelo local naquele momento e todos fugiram. Não há detalhes sobre o local onde o corpo de Maykel foi deixado, já que até o momento não foi encontrado.

Mesmo sem a prova material, ou seja, o corpo da vítima, os envolvidos foram denunciados. Além do último preso nesta quarta-feira, permanecem detidos pelo crime ales Valensuela Gonçalves, de 22 anos, Iago Gustavo Ribeiro Bronzoni, de 20 anos, Feliciano, de 40 anos e Everson Silva Gauna, de 20 anos.