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Polícia

Pai chora ao lembrar de socorro a Matheus: ‘Dirigia com uma mão e a outra segurava o corpo’

Pai relatou ao júri dia em que Matheus havia saído para buscar o irmão na escola quando foi executado em frente de casa
Mirian Machado, Thalya Godoy -
Paulo Xavier ao falar dos últimos momentos com o filho (Foto: Kisie Ainoã, Midiamax)

Com a voz embargada ao falar do filho e relembrá-lo como “menino de ouro”, Paulo Xavier, pai de Matheus Coutinho, assassinado no seu lugar, contou em depoimento no Tribunal do Júri, nesta segunda-feira (17) como foi o último dia até os últimos minutos como filho.

Ouvido como informante por ser pai da vítima, Paulo disse que naquele dia estava de fone de ouvido estudando e pediu para Matheus buscar o irmão na escola. Uma mulher que trabalhava na casa disse que ouviu barulho e pareciam tiros e que seriam na caminhoneta. Quando PX saiu para ver se era a dele encontrou o filho baleado e muito sangue.

“Dirigia com uma mão e com outra segurava o corpo do meu filho. Com uma mão segurava ele, conversava com ele, ele ainda respirava, gemia”, lembrou com a voz trêmula, segurando as lágrimas.
Em seguida pegou a avenida Afonso Pena, passou pelo canteiro central e ainda perto da Santa Casa falava com Matheus. “Meu amado filho ainda respirava com dificuldade e eu dizia para ele, eu dizia resista, resista” contou, gesticulando como o sangue saía pela boca e nariz de Matheus. “São situações que não esqueço nenhum segundo. Meu amado filho naquela situação”, lamentou.

Disse que, ao chegar no hospital, o filho já não estava respirando. “eu falava ali na frente, salva o meu filho. Eu vi que um balançou a cabeça negativa, mas disse vamos levar. Eu fiquei esperando porque não podia entrar, logo veio uma psicóloga falando que ele tinha falecido”.

PX lembra que o filho, que completaria 25 anos daqui um mês, no dia 17 de agosto, estava no primeiro ano da de Direito e havia sido chamado pra fazer júri simulado e ensaiava em casa. “Depois do júri ele falou que queria ser promotor de justiça, porque não há quem nessa terra que trabalhe tanto em prol da sociedade”, afirmou.

Menino honesto, de muita amizade. Não saía para baladas, era de levar os amigos em casa. “Matheus tinha namorada, era pra estar formado. Se estivesse aqui seria um bom homem, escrevia livros, já estava no segundo livro”, resumiu Paulo Xavier sobre o filho.

Antes do julgamento começar, ainda nas primeiras horas da manhã, Paulo Xavier falou ao Jornal Midiamax que espera pela condenação dos acusados. “Que sejam condenados para que outros inocentes não sejam brutalmente assassinados neste Estado”, falou Paulo que vai participar do julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios.

Paulo diz ter certeza da condenação dos acusados. “Irão responder aqui na terra pelo crime que cometeram e principalmente junto a Deus, pois o que fizeram com meu amado filho foi coisa de animais”, disse Xavier.

Execução de Matheus

O crime aconteceu na Rua Antônio Vendas, no Jardim Bela Vista, no dia 9 de abril de 2019. O relato é de que o crime teria ocorrido mediante orientações repassadas por Vlade e Marcelo Rios, a mando de Jamil Name e Filho.

Naquela noite, vários tiros de fuzil AK-47 foram feitos contra Matheus. No entanto, os criminosos acreditavam que dentro da caminhonete estava o pai do jovem, que seria o verdadeiro alvo dos acusados.

Também segundo as investigações, o grupo integrava organização criminosa, com tarefas divididas em núcleos. Então, para o MPMS, Jamil e Jamil Filho constituíam o núcleo de liderança, enquanto Vlade e Marcelo Rios eram homens de confiança, ‘gerentes’ do grupo.

Já Zezinho e Juanil seriam executores, responsáveis pela execução de pessoas a mando das lideranças. Assim, meses depois, os acusados acabaram detidos na Operação Omertà, realizada pelo (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Especial e Combate do Crime Organizado).

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