O açougue, que teve mais de seis toneladas de produtos impróprios para consumo apreendidos durante uma fiscalização da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), junto de fiscais da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Procon e a perícia da Polícia Civil, já havia sido vistoriado dez dias antes. Além de produtos podres, vencidos e com fungos, outros eram armazenados em locais impróprios e até o freezer, onde as carnes ficavam, era desligado durante a noite.

O local, que fica na Avenida Presidente Vargas, em Campo Grande, recebeu visita de uma médica veterinária que formulou um termo de constatação no dia 16 de setembro, apontando alguns dos problemas evidenciados pela equipe nessa terça-feira (26) como, por exemplo, a questão de moscas, ausência de temperatura ideal para manter a qualidade dos alimentos, já que as câmaras estavam operando fora da temperatura, além de frios sem procedência. 

Questionada sobre as carnes e verduras estragadas, a proprietária do local, de 63 anos, disse que estariam ali para descarte, porém segundo a polícia, todas as câmaras estavam com produtos em péssimo estado, além de muitos misturados e vencidos, alguns já com fungos e outros jogados no chão. 

Nenhuma câmara estava em condições mínimas de higiene. O piso é quebrado, cheio de poça de água de degelo, com fios descascados nas proximidades, gerando risco de acidente de trabalho. Havia ainda muito sangue no chão e nas paredes.

Em maio, o local também passou por fiscalização. 

A defesa da mulher solicitou pedido de liberdade provisória. Disse que a empresária é idosa, de bons antecedentes, residência fixa, trabalho lícito e hipertensa. Até o fim da manhã desta quarta-feira (27), não havia saído o resultado da audiência de custódia da dona do mercado.

No local onde as carnes eram armazenadas, havia restos de gordura no chão e a grelha usada para limpeza estava cheia de insetos. (Foto: Divulgação)

Apreensão

Foram apreendidas 6,3 toneladas de produtos impróprios para consumo no local.

A dona do estabelecimento desligava as câmaras frias à noite no açougue e até carne com fungo foi encontrada no estabelecimento. Segundo o delegado da Decon, Reginaldo Salomão, com o desligamento das câmaras frias todas as noites e o religamento pela manhã, tanto as carnes como outros alimentos estragavam.

No local onde as carnes eram armazenadas havia restos de gordura no chão e a grelha usada para limpeza estava cheia de insetos. Sangue também estava esparramado pelo chão. Carne com fungo foi apreendida no mercado. 

A polícia acredita que as câmaras eram desligadas para a economia de luz no mercado. O açougue foi interditado, mas o mercado continua aberto.

A dona do local foi levada para a delegacia e presa em flagrante.