Delegado Blonkowski acusado de envolvimento com o tráfico é condenado por peculato

Delegado chegou a ser preso na segunda fase da Operação Codicia

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Delegado foi alvo de operação do Gaeco (Arquivo)

O delegado Rodrigo Blonkowski, que foi denunciado por envolvimento com o tráfico de drogas, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), foi condenado por peculato. A decisão foi publicada no Diário da Justiça desta quarta-feira (30). 

Na decisão publicada, o delegado foi condenado por peculato – que com base no artigo 312 diz: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Já sobre o crime de corrupção passiva e associação criminosa, o delegado Rodrigo Blonkowski foi absolvido. Já o delegado Patrick Linares e os policiais civis Adriana Jarcem da Silva, Márcio André Molina Azevedo, Mauro Ranzi, Rogério Insfran Ocampos, foram absolvidos pelo crime de corrupção passiva, e condenados Jonatas Pontes Gusmão e Valdenei Peromalle.

Sobre o crime de peculato foram absolvidos o delegado Patrick Linares da Costa das duas acusações, Valdenei Peromalle, Rafael Grandine Sales das duas acusações, Elvis Elir Camargo Lima, Mauro Ranzi. E em relação ao crime de associação criminosa foram absolvidos, Adriana Jarcem da Silva, Jonatas Pontes Gusmão, Márcio André Molina Azevedo, Mauro Ranzi, Patrick Linares da Costa, Rogério Insfran Ocampos, Valdenei Peromalle e Rodrigo Blonkowski.

Blonkowski também foi acusado de envolvimento com o tráfico de drogas quando deflagrada a Operação Concorrência pelo Gaeco.

Blonkowski preso na segunda fase da Operação Codicia

No dia 5 de julho de 2022, Rodrigo acabou preso na segunda fase da Operação Codicia. Policiais militares do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do delegado, onde foram encontradas 114 munições de diferentes calibres, sem o devido registro. Assim, ele acabou preso em flagrante. O delegado foi autuado por possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar.  

Delegado denunciado por envolvimento com tráfico de drogas

A denúncia apresentada em relatório do Gaeco foi feita à Justiça no dia 28 de março de 2022, quando foi pedida a condenação e perda do cargo público dos delegados. A investigação concluiu que os delegados pagavam propina para que carregamentos de cocaína fossem identificados e depois roubados, sendo revendidos pelo grupo comandado pelos policiais. Quem comprava a cocaína roubada eram narcotraficantes que tinham “parceria” com os delegados.

A denúncia do Gaeco aponta dois grupos que eram liderados cada um por um delegado, sendo os dois grupos rivais. O primeiro grupo era formado pelo delegado Rodrigo Blonkowski, que tinha como integrantes Amando Yoshitaka e Eduardo Alencar Batista, conhecido como ‘Dudu’, e o segundo pelo delegado Fernando Araújo, que tinha como integrantes o investigador de polícia Emannuel Contis, Daniel Pereira Sampaio, Luiz Adriano Rondon e Valcir Ricardo. Os grupos atuavam em Ladário e Corumbá e tinham conhecimento da atuação do concorrente, segundo a denúncia do Gaeco.

Eduardo atuava como informante e traficante do seu grupo para a realização dos ‘arrochos’, sendo que relatava quando havia transporte de carga considerável de drogas. Ele monitorava o transporte de cargas nas estradas entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Eduardo, segundo a denúncia, chegou a fazer contato com motoristas de caminhões para encontrar as localizações.

Amando relatou na Corregedoria da Polícia Civil que Fernando tratava de ‘ironia’ quando chamava para trabalhar, e que na realidade a frase ‘vamos trabalhar’ seria para cometer crimes.

Delegado acusou Gaeco de abuso

Sobre a Operação Concorrência, Rodrigo disse ter sido surpreendido com uma denúncia “totalmente descabida, com evidente motivação pessoal e abuso de autoridade dos membros do Gaeco, atribuindo a prática de associação para o tráfico”. Blonkowski disse ao Jornal Midiamax que: “Os supostos fatos aventados datam de 2018 e foram objeto de apuração pela corregedoria da PCMS. Não falo em nome dos demais, mas apenas em meu nome, na conclusão das investigações da corregedoria este delegado sequer fora indiciado”.

Blonkowski ainda acusa o Gaeco de tentar denegrir a sua imagem. “Mesmo assim, o Gaeco ofereceu denúncia, sabendo da inverdade dos fatos, da Inocência deste delegado, com a finalidade exclusiva de aventar na mídia e tentar denegrir a minha imagem – infelizmente práxis do Gaeco MS”, afirma.

Rodrigo também afirma, em nota, que não tem nada a esconder, no entanto, questiona os fatos relacionados à investigação estarem sendo noticiados pela imprensa.

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