A defesa do policial aposentado Vladenilson Olmedo utilizou o tempo de debate para desqualificar a advogada Laura, que teria ligado o ‘Vlad' ao Zezinho, apontado como atirador responsável pela morte de Matheus Coutinho.

Assim, os advogados Alexandre Barros Padilha e Ewerton Belinatti da Silva batem no trabalho do Ministério Público, alegando que a acusação estaria dando ‘peso exagerado' no depoimento do advogado.

No entanto, as informações que ela prestou em depoimento ligam Vlad à cena do crime, que é apontado como um dos pontos frágeis do inquérito.

Ela prestava serviços para Vlad e afirmou que, cinco dias antes do crime, o policial teria ido a sua casa junto com Zezinho para obter informações do paradeiro de PX – Paulo Xavier, pai de Matheus e o verdadeiro alvo dos criminosos. Isso porque ela também prestava serviços a PX.

No entanto, a defesa bate na questão de que a advogada seria ‘credora de Vladenilson' e que teria falado no processo apenas como ouvinte, ou seja, com peso menor que o de testemunha. Além disso, argumentaram que não há imagens de câmeras comprovando tal encontro.

“Houve diligências para ver se há câmeras no apartamento, porteiro?”, questionou. “Laura era advogada das duas partes. Credora do Vlademilson e foi ouvida na primeira fase a ouviu como informante”, reclamou.

Os advogados lembraram que em certo momento Laura disse ‘Não advogo mais, renunciei'. “Não foi encontrada nenhuma carta de renúncia dela. O MP dá credibilidade a ela. Se ela é credora e tem credibilidade, precisamos falar de Laura. Vamos provar que Laura mente e comete infrações”, afirmou.

Ainda durante o debate, os advogados tentaram atribuir os crimes à Juanil, Zezinho e Eurico. Disse que Eurico ajudou no levantamento de informações de PX, Paulo Xavier, pai de Matheus. “Isso é prova, é o que consta nos autos”, disse Ewerton.

O que motivou as execuções?

As investigações demonstraram que e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão', em 2018. Marcel foi assassinado a em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.

Nesse período, Antônio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocar o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.