A defesa de Danilo Alves Vieira da Silva, de 19 anos, preso pelo assassinato do jogador de futebol Hugo Vinicius, em Sete Quedas, a 468 quilômetros de Campo Grande, alegou que o ‘ficante’ de Rúbia Joice de Oliver não estava foragido, sendo detido em sua casa.

Segundo o advogado Higo Ferré, o cliente queria se apresentar, mas as autoridades policiais ‘viam a situação como flagrante pela ocultação do cadáver’, e não entrando em acordo, a defesa preferiu esperar, segundo Ferré. 

Ainda segundo o advogado, em momento algum Danilo teria fugido para o Paraguai. Ele estava morando em sua casa em Iguatemi, quando foi preso por volta das 16 horas por policiais civis. Sobre os fatos, o homicídio, Ferré disse que em momento oportuno a defesa irá apresentar o que de fato aconteceu perante a autoridade judicial, e que o Danilo ainda será ouvido.

A defesa ainda alega que é necessário ver a participação do jogador no crime, já que ele teria invadido a casa de Rúbia. Danilo era ficante da ex-namorada do jogador, Rúbia Joice de Oliver Luvisetto, que segue presa acusada de participar do assassinato, esquartejamento e de ocultar o corpo de Hugo.

Jogador de futebol Hugo
Jogador de futebol, Hugo foi esquartejado e restos mortais jogados em rio de Sete Quedas (Reprodução)

Mentiu para a polícia

Danilo mentiu em seu depoimento na delegacia de Polícia Civil, quando havia sido chamado para depor na investigação sobre o desaparecimento de Hugo.

O depoimento, ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, aconteceu no dia 28 de junho, três dias após Hugo ser visto pela última vez, enquanto a polícia ainda investigava o desaparecimento. No depoimento, Danilo mentiu ao dizer que estava com o pai ao sair da festa em que Hugo foi visto pela última vez.

Após a polícia encontrar o corpo de Hugo esquartejado e investigar o caso como homicídio e ocultação de cadáver, ele começou a ser investigado pelo envolvimento no crime, já que foi apontado pela ex-namorada da vítima como o responsável pelos tiros que mataram Hugo.

Na noite de quarta-feira, 5 de julho, após a perícia encontrar sangue no sítio da família de Danilo, foi expedido mandado de prisão contra o rapaz, que é considerado foragido da Justiça. A Polícia Civil divulgou foto do suspeito e número para contato para que a população possa colaborar com informações que levem ao paradeiro dele.

Danilo mentiu para a polícia. Ele contou que na noite de sábado (24 de junho) foi para uma festa no posto com seu pai em uma caminhonete Hilux e que teria deixado o local na companhia do pai. Disse que neste dia estava brigado com sua namorada.

Contou ainda que, naquela noite, viu Hugo na festa e se cumprimentaram. No relato, disse que nunca havia conversado ou brigado com Hugo, mas que a vítima tinha ciúmes dele porque Danilo teve um breve relacionamento com a ex-namorada do jogador.

Consta ainda no depoimento do autor que a vítima estaria sob efeito de drogas, muito alterada, além de perceber um ‘volume’ na cintura de Hugo. Danilo disse à polícia que teria ouvido comentários de que o jogador estaria armado.

Por volta das 4h30, relatou ter ido embora da festa com seu pai na caminhonete e dormiu, acordando por volta das 13h. Disse que seu primo compareceu na festa, mas foi embora antes.

O depoimento diverge tanto do relato da ex-namorada do jogador, quanto do amigo dela, que estava na casa e teria ajudado a colocar o corpo do jogador no veículo após o primeiro disparo.

Depoimento da ex-namorada

Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.

O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.

Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.

Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.

O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e a mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.