‘Crimes prescritos’: defesa pede liberdade de pai de rapaz que matou Luan e atirou na ex-namorada

Assassino de Luan planejou morte de ex-namorada quatro dias antes do crime

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Padrasto e irmão de Luan foram até a Deam no domingo (Foto: Madu Livramento/Jornal Midiamax)

A defesa do pai do assassino de Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos, que atirou na ex-namorada no Jardim Monumento, em Campo Grande, na madrugada do último domingo (30), pediu pela liberdade do idoso, que foi preso junto do filho por ter uma arma modificada em casa.

Na alegação, o advogado Caio Moura ressaltou que a arma encontrada foi modificada há 10 anos por um amigo e guardava a espingarda para sua defesa pessoal, no seu sítio.

A defesa ainda alegou que as passagens que o pai do assassino de Luan possui já prescreveram e todos já foram cumpridos por ele, sendo assim, que a sua liberdade não geraria perigo. Ele já foi condenado em 1990 por matar a companheira, em Minas Gerais. “A concessão de liberdade é uma questão de justiça para uma pessoa que além da idade avançada, ainda apresenta alguns problemas de saúde, conforme consta em depoimentos, e alguns documentos que juntamos aos Autos Exames e medicamentos.”

O acusado do assassinato de Luan foi preso após se apresentar na delegacia junto de seu advogado. Ele teria premeditado matar a mulher quatro dias antes do crime. A informação foi dada ao Midiamax pelo advogado Caio Moura, que representa o atirador.

Premeditação do crime

De acordo com o advogado, antes de se entregar para a polícia, o assassino contou que dias antes de atirar contra Luan e a ex-namorada teria visto os dois se beijando em frente à casa dela e que, a partir desse dia, começou a planejar a morte da ex-companheira de 22 anos. A versão se diverge do relato das famílias das vítimas, que afirmam que os dois eram só amigos.

O rapaz ainda teria dito ao advogado que, como tinha cinco balas, o plano era usar duas na mulher e as três restantes em si mesmo e que, inicialmente, não planejava matar Luan. A arma usada para cometer o crime foi comprada de um desconhecido há muito tempo e ninguém tinha conhecimento da pistola porque era guardada em um quarto onde ninguém entrava.

O advogado ainda contou que o autor do crime tinha esperanças de reatar o relacionamento que durou seis meses e que tinha sido rompido há cerca de uma semana. 

No dia do assassinato, ele mandou por três vezes mensagens perguntando para a ex-namorada se estava se relacionando com outra pessoa e ela negou. Porém, ainda conforme o relato do advogado, o suspeito supostamente teria visto ela com Luan, considerou a atitude “desonesta” e continuou com o plano de assassiná-la.

O homem, então, foi até a casa dela para esperá-la. Quando viu o casal, se aproximou e apontou em direção à ex-namorada, atirou na jovem e Luan reagiu perguntando: “o que é isso?” Em seguida, ele atirou no tórax de Luan e atirou novamente na ex-namorada. Luan morreu no local e a mulher segue internada em estado gravíssimo na Santa Casa.

O advogado Caio Moura diz que o cliente contou a ele que não tinha a intenção inicial de assassinar Luan e que se ele tivesse corrido não teria atirado contra ele. A intenção do assassino no início era matar a ex-namorada.

Depois do crime, ele contou que ainda teria tentado se matar, mas as balas “picotaram”, ou seja, falharam no momento do disparo.  

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Deam (Nathalia Alcântara, Arquivo Midiamax)