No júri popular que teve início nesta segunda-feira (17), que julga Jamil Name Filho, o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo e o ex-guarda municipal Marcelo Rios pela morte de Matheus Coutinho Xavier, quatro promotores atuam na acusação, bem como a própria mãe do estudante vítima do assassinato, advogada, é assistente de acusação.

O quarteto de promotores é integrado por Luciana do Amaral Rabelo, titular da 21ª Promotoria de Justiça em , promotor Moisés Casarotto, promotor do (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) desde 2013, Gerson Eduardo de Araújo, do (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Douglas Oldegardo, promotor do Júri.

Ainda atua como assistente de acusação a advogada Cristiane Almeida Coutinho, que é mãe de Matheus Coutinho. O grupo de promotores sustenta a acusação contra os três réus – antes seis – pelo assassinato do estudante.

Jamil Name e José Moreira Freires, o Zézinho, morreram durante o andamento do processo. Jamil estava detido em Presídio Federal quando faleceu por motivos de saúde. Já Zézinho acabou morrendo em confronto com a polícia e era considerado foragido.

Juanil é considerado foragido até hoje. Ele não foi localizado desde a data do crime e é considerado, junto com José Freires, como pistoleiro responsável pelo assassinato.

Policiamento no júri da década

Foto: Henrique Arakaki, Midiamax

Mais de 20 policiais fazem reforço do lado de fora do Fórum e várias pessoas se aglomeraram na frente na expectativa de poderem entrar e assistir ao julgamento. Parte da rua foi interditada, mas não foi fechada e o trânsito segue o fluxo normal.

O julgamento deve durar quatro dias e serão ouvidas 16 testemunhas. O júri da morte de Matheus foi adiado por três vezes, por questões logísticas sobre a transferência dos réus até Campo Grande, para participarem pessoalmente do julgamento.

A defesa de Name tentou ainda na última semana um último recurso para adiar mais uma vez, alegando que um dos promotores, Gerson Eduardo de Araújo, teria ‘inimizade' com a família Name. No entanto, o pedido de suspeição foi negado pelo juiz Aluízio Pereira.

Um megaesquema de segurança foi armado para o julgamento considerado da década. Os sete jurados escolhidos em sorteio para compor o julgamento ficarão em um hotel reservado pelo Tribunal do Júri.

Execução de Matheus

O crime aconteceu na Rua Antônio Vendas, no Bela Vista, no dia 9 de abril de 2019. O relato é de que o crime teria ocorrido mediante orientações repassadas por Vlade e Marcelo Rios, a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho.

Naquela noite, vários tiros de fuzil AK-47 foram feitos contra Matheus. No entanto, os criminosos acreditavam que dentro da caminhonete estava o pai do jovem, que seria o verdadeiro alvo dos acusados.

Também segundo as investigações, o grupo integrava organização criminosa, com tarefas divididas em núcleos. Então, para o MPMS, Jamil e Jamil Filho constituíam o núcleo de liderança, enquanto Vlade e Marcelo Rios eram homens de confiança, ‘gerentes' do grupo.

Já Zezinho e Juanil seriam executores, responsáveis pela execução de pessoas a mando das lideranças. Assim, meses depois, os acusados acabaram detidos na Operação Omertà, realizada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a a Bancos, Assaltos e Sequestros) e pelo Gaeco.