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Polícia

Cinco dias após júri, mãe de Matheus entra com recurso para pedir pena máxima aos réus

Júri na semana passada condenou Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios pelo crime
Mirian Machado -
Cristiane Almeida, mãe de Matheus (Nathalia Alcântara, Midiamax)

A assistente de acusação e mãe da vítima, Cristiane de Almeida, entrou com recurso de apelação nesta segunda-feira (24), cinco dias após o julgamento que condenou os réus Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019.

Sem apresentar argumentos ainda, Cristiane apresentou o recurso “com fundamento no Artigo 593, inciso III, alínea “c” do Código de Processo Penal”. Segundo o artigo, o prazo é de cinco dias para recorrer das decisões do Tribunal do quando houver erro ou injustiça à aplicação de pena ou da medida de segurança.

No final do julgamento, o pai da vítima, Paulo Xavier, comentou que seu desejo era de que os acusados pegassem a pena máxima, de 30 anos. Porém, ainda não consta nos autos o pedido da mãe de Matheus. A reportagem tentou contato com Cristiane, mas não obteve retorno até a publicação.

Por fim, condenou os três réus. Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato sob acusação de ser o mandante do crime. Acusados de ‘organizarem’ o assassinato, Marcelo Rios também pegou condenação total de 23 anos e Vladenilson Olmedo pegou 21 anos e 6 meses.

Ao fim do júri, as defesas dos réus também chegaram a falar que recorreriam da decisão de condenação, mas até o momento nenhum pedido foi protocolado nos autos.

O julgamento que durou três dias, sendo cerca de 30 horas de depoimentos e trabalhos aconteceu na semana passada, dias 17, 18 e 19 em . Teve 16 testemunhas em um processo de cerca de 15 mil páginas.

Após mais de 1 hora reunidos, os jurados do Conselho de Sentença condenaram Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios pelos crimes de homicídio com duas qualificadoras – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima – e posse ou porte ilegal de arma de fogo. Os réus foram absolvidos do crime de receptação.

Promotoria apontou poder do acusado

No começo dos debates do último dia de julgamento, na quarta-feira (19), o promotor Moisés Casarotto se dirigiu à mãe de Matheus Coutinho em plenário dizendo que o filho nunca vai poder usar a beca que Cristiane Almeida usa hoje para defender e ajudar na acusação dos culpados pelo crime.

O promotor ainda discorreu sobre a riqueza da família e poder que exerciam em Mato Grosso do Sul.

A mãe de Matheus se emocionou com a frase do promotor que ainda disse que “sai a maior matança de MS. Vai morrer de picolezeiro a governador“.

“Queria ser promotor”

A mãe de Matheus, Cristiane Almeida, se emocionou ao mostrar vídeo do filho, que estudava Direito na mesma faculdade em que filho de Jamil Name estuda.

“Ele estudava na terceiro semestre de Direito, como o filho da maior matança. O meu filho não pode formar”, lamentou.

Cristiane lembrou de Matheus Coutinho como aluno brilhante. “Queria ser promotor”.

Cristiane ainda se revoltou ao dizer que os réus tiveram chance de ver seus filhos. “Eu nunca mais vou ver meu filho. O meu filho eu enterrei no caixão fechado. O pai dele pode segurá-lo nos últimos momentos de vida enquanto sangrava”, relembrou emocionada.

O que motivou a execução?

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e paz Mundial.

Nesse período, Antonio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi malvisto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.

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