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Polícia

Assédio sexual: vítima de Marquinhos diz que advogado roubou fotos íntimas do celular

Fotos teriam sido usadas em processo criminal de ex-servidor acusado de coação da vítima
Thatiana Melo -
Ex-servidor no cartório junto da vítima (Reprodução)

Uma das vítimas de suposto assédio sexual cometido pelo ex-prefeito procurou a delegacia de , nesta quarta-feira (10), para denunciar que teve fotos íntimas roubadas. As imagens, segundo ela, foram usadas no processo criminal que ela move contra o ex-servidor da Prefeitura. A vítima foi à Justiça para denunciar o ex-servidor por coação, ele foi filmado em um cartório da cidade com a vítima. 

A vítima relatou na (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que manteve um relacionamento por cerca de sete anos com o namorado, mas que no dia 29 de outubro de 2022 foi agredida por ele, e por isso, acionou a polícia, resultando na do homem. Na época, o advogado Valdir Custódio se apresentou na delegacia dizendo que fazia a defesa do namorado da mulher. 

O advogado pegou o celular do homem, onde estavam imagens e vídeos da vítima nua. Valdir teria extraído as fotos e vídeos do telefone, o devolvendo dois dias depois ao namorado da mulher, na época. Valdir era advogado de defesa do ex-servidor da Prefeitura, acusado de coagir a vítima em um cartório da cidade, no caso de assédio sexual do ex-prefeito Marquinhos Trad.

Ocorre que a vítima ficou sabendo que, há uma semana, Valdir usou as fotos íntimas dela em um processo criminal da 3ª Vara Criminal, em que ela move contra o ex-servidor por coação. Segundo ela, as fotos e vídeos foram usados no processo para denegrir a sua imagem. 

O Jornal Midiamax entrou em contato com o advogado Valdir Custódio e ele não quis se pronunciar sobre as acusações. “Não me manifesto sobre processos em segredo de Justiça”, disse ao Jornal.

O jornal também tentou contato com a defesa da vítima por telefone, mas até a publicação da matéria não obtivemos respostas. O jornal segue com espaço aberto para futuras manifestações.

Ex-servidor solto com tornozeleira eletrônica

O ex-servidor ganhou liberdade mediante medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Ele foi indiciado pelos crimes de favorecimento da prostituição e coação no curso do processo. 

A decisão da liberdade do ex-servidor foi proferida pela magistrada Eucélia Moreira, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, onde ela determinou a revogação da prisão preventiva, com medidas cautelares como o monitoramento por tornozeleira eletrônica por 180 dias, além de proibição de aproximar-se ou manter contato por qualquer meio com as vítimas; proibição de ausentar-se da comarca sem autorização do Juízo; recolhimento domiciliar noturno entre às 20h e 5h de segunda a sexta; aos sábados a partir das 14h e integralmente aos domingos e feriados.

Coação das vítimas

Duas vítimas relataram que no dia 18 de julho de 2022 foram procuradas pelo ex-servidor. Ele disse que tinha um ‘negócio’ bom para elas e que envolvia dinheiro, mas precisava falar pessoalmente em seu lava-jato. No dia 22, eles se encontraram e ele mandou que as mulheres desligassem os celulares e deixassem as bolsas para fora do escritório. 

Durante a conversa, o ex-servidor falou para as vítimas “deixarem para lá” a denúncia, já que tinham família, amigos e filhos e que a investigação demoraria dois anos no mínimo, não daria em nada e ainda exporia a imagem delas. Ainda segundo as mulheres, a conversa do ex-servidor era intimidadora. Imagens da época mostravam quando o ex-servidor chegava ao cartório com uma das vítimas que era coagida para mudar a versão de seu depoimento. 

Alegou armação política

Marquinhos Trad alegou na época das denúncias, que tudo seria parte de uma ‘armação política’ para prejudicar a candidatura dele a governador de Mato Grosso do Sul após uma discussão por WhatsApp com o secretário de estado de Segurança, Carlos Videira.

Marquinhos admitiu que cometeu adultério com ao menos duas das denunciantes enquanto era prefeito de Campo Grande, mas negou os crimes sexuais. Já em 2018, uma denúncia envolvendo suposto assédio contra uma menor aprendiz da Prefeitura chegou ao conhecimento da Polícia Civil.

Na época, o caso acabou arquivado e a jovem, conforme apurou o Jornal Midiamax, ganhou um cargo sem concurso público no gabinete da Prefeitura de Campo Grande.

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