A mulher de 31 anos e o comparsa, 22, que assumiram o assassinato de Valdomiro Pereira, 54, conhecido como ‘Mirin’, haviam transferido R$ 35 mil da conta da vítima. O corpo do homem foi encontrado dentro de casa, em Nova Andradina, cidade a cerca de 300 quilômetros de Campo Grande.

Uma testemunha contou à polícia sobre a transação de valores da vítima a um ‘laranja’ e a partir daí a polícia conseguiu elucidar o crime.

A transferência ocorreu primeiramente para um homem, que até então não sabia da autoria. Ele contou à polícia que foi procurado pela dupla para emprestar a conta bancária para receber R$ 40 mil oriundos de comercialização de gado.

Foram, então, transferidos da conta da vítima R$ 35 mil. Ele chegou a sacar com os autores R$ 11 mil. Ao questionar sobre os outros R$ 5 mil que faltavam para completar os R$ 40 mil, a mulher disse que não seria possível, já que o responsável pelo pagamento havia falecido. O homem na hora ‘ligou’ uma coisa na outra e constatou que o valor estava no nome de ‘Mirin’. 

Ele confrontou a dupla sobre o dinheiro e eles passaram a apresentar respostas desconexas, sendo que a mulher disse que caso fosse procurado pela polícia, era para ele informar que os valores eram de comercialização de gado.

Quando a mulher percebeu que o homem não queria se envolver com os saques dos dinheiros, ordenou que ele fizesse um Pix com o restante do valor, de R$ 24 mil, para a conta dela. Assim, com medo, ele o fez. 

Com essas informações, a polícia conseguiu identificar a dupla e passou a fazer buscas pelos dois. 

Crime em família

O corpo foi descoberto por vizinhos da vítima, que haviam combinado de pegar telhas eternit na casa. 

O comparsa da mulher é namorado da sobrinha dela. A polícia foi até a casa da sobrinha que contou que a tia havia pernoitado na sua casa desde a noite de segunda-feira (11), pois iria ao médico no dia seguinte e depois retornaria para sua casa, na área rural do distrito de Nova Casa Verde. 

A jovem contou que a tia se ausentou por várias vezes na terça-feira (12) na companhia do namorado, ficando na casa da sobrinha até às 12h de quarta-feira (13). 

Na quarta, os dois haviam saído de casa por volta das 9h e retornado às 12h dizendo que haviam feito uma ‘cagada’ e precisavam ir embora. 

Com as informações, a polícia passou a diligência e encontraram o homem no meio da rodovia enquanto a mulher estava em um posto de gasolina em Taquarussu. 

Eles ainda haviam jogado fora aparelho DVR, câmeras de segurança e celular da casa da vítima para ocultar a autoria, mas os aparelhos foram encontrados pela polícia espalhados na mata as margens da rodovia. A arma usada no crime não foi localizada. 

Na delegacia, a mulher disse que vive há 14 anos em união estável com o marido, e que tem um filho de seis anos que mora com o casal. Disse que não possui trabalho formal, mas ajuda nos cuidados do sítio e da casa. Sobre o crime, ela exerceu o direito de ficar em silêncio. 

Valdomiro foi encontrado já sem vida em sua casa (reprodução)

Flagrante e prisão preventiva

O Ministério Público solicitou relaxamento da prisão em flagrante dos acusados, pois, por mais que há demonstração da prática do delito, a dupla não foi presa durante estado flagrancial, porém solicita a prisão preventiva por ser um crime grave, de grande repercussão social, por subtraírem elevada quantia em dinheiro e por ordem pública.

Além do deferimento da quebra do sigilo bancário da vítima entre o dia 11 e 15 de setembro, bem como o bloqueio dos valores enviados à conta da amante.

O crime

Valdomiro foi encontrado às 16h de terça-feira (12) com três perfurações de arma de fogo na região do tórax. Policiais da SIG (Seção de Investigações Gerais) foram acionados e apuram o crime. Na casa havia câmeras de segurança, porém o criminoso levou o DVR onde havia as imagens.

‘Mirin’ foi vítima de três tiros, em sua casa, no Assentamento Teijin, em Nova Casa Verde, distrito de Nova Andradina.