Acusado de matar e esquartejar jogador de futebol é preso pela polícia a 98 km do local do crime
Danilo era ‘ficante’ da ex-namorada da vítima e mentiu em depoimento à polícia, quando jogador ainda estava desaparecido
Mirian Machado –
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Danilo Alves Vieira da Silva, de 19 anos, apontado como autor dos disparos e esquartejamento do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, em Sete Quedas, cidade a 468 km de Campo Grande, foi preso na tarde desta quarta-feira (16), quase dois meses após o crime, que aconteceu no dia 25 de junho.
O autor foi capturado por policiais em Iguatemi, cerca de 98 km de Sete Quedas, a prisão foi confirmada pela delegada que investiga o assassinato, Lucélia Constantino. Mais detalhes ainda não foram repassados.
Danilo era ficante da ex-namorada do jogador, Rúbia Joice de Oliver Luvisetto, que segue presa acusada de participar do assassinato, esquartejamento e de ocultar o corpo de Hugo.
Mentiu para polícia
Danilo mentiu em seu depoimento na delegacia de Polícia Civil, quando havia sido chamado para depor na investigação sobre o desaparecimento de Hugo.
O depoimento, ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, aconteceu no dia 28 de junho, três dias após Hugo ser visto pela última vez, enquanto a polícia ainda investigava o desaparecimento. No depoimento, Danilo mentiu ao dizer que estava com o pai ao sair da festa em que Hugo foi visto pela última vez.
Após a polícia encontrar o corpo de Hugo esquartejado e investigar o caso como homicídio e ocultação de cadáver, ele começou a ser investigado pelo envolvimento no crime, já que foi apontado pela ex-namorada da vítima como o responsável pelos tiros que mataram Hugo.
Na noite de quarta-feira, 5 de julho, após a perícia encontrar sangue no sítio da família de Danilo, foi expedido mandado de prisão contra o rapaz, que é considerado foragido da Justiça. A Polícia Civil divulgou foto do suspeito e número para contato para que a população possa colaborar com informações que levem ao paradeiro dele.
Danilo mentiu para a polícia. Ele contou que na noite de sábado (24 de junho) foi para uma festa no posto com seu pai em uma caminhonete Hilux e que teria deixado o local na companhia do pai. Disse que neste dia estava brigado com sua namorada.
Contou ainda que, naquela noite, viu Hugo na festa e se cumprimentaram. No relato, disse que nunca havia conversado ou brigado com Hugo, mas que a vítima tinha ciúmes dele porque Danilo teve um breve relacionamento com a ex-namorada do jogador.
Consta ainda no depoimento do autor que a vítima estaria sob efeito de drogas, muito alterada, além de perceber um ‘volume’ na cintura de Hugo. Danilo disse à polícia que teria ouvido comentários de que o jogador estaria armado.
Por volta das 4h30, relatou ter ido embora da festa com seu pai na caminhonete e dormiu, acordando por volta das 13h. Disse que seu primo compareceu na festa, mas foi embora antes.
O depoimento diverge tanto do relato da ex-namorada do jogador, quanto do amigo dela, que estava na casa e teria ajudado a colocar o corpo do jogador no veículo após o primeiro disparo.
Depoimento da ex-namorada
Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.
O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.
Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.
Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.
O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e a mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.
Depoimento do amigo que estava na casa
Em depoimento, o amigo revelou que ficou em choque quando viu que o ‘ficante’ da ex-namorada de Hugo havia matado o jogador de futebol com um tiro. Ele disse que após desovar o corpo junto do autor o arremessando no rio, o ‘ficante’ teria pegado a mangueira da propriedade e lavado a carroceria do veículo da jovem, já que ficou suja de sangue.
Depois, ele lavou a grama que também ficou suja de sangue e, logo em seguida, os dois voltaram em direção à casa da jovem. O trajeto durou em torno de 10 minutos, segundo o amigo. Após isso, quando foi deixado em casa pela ex-namorada de Hugo, que estava acompanhada do padrasto e da mãe dela, foi avisado por todos que era para ficar quieto e não falar nada sobre o crime.
Ainda segundo o depoimento do amigo, no dia seguinte, a jovem mandou mensagens dizendo a ele: “Se ele (autor) for contra nós iremos contra ele”. Em seguida, mandou outra mensagem afirmando que se ele contasse alguma coisa a alguém, ela atiraria nele. O amigo ainda disse que a jovem mandava as mensagens e depois apagava.
Mas, ele contou que acabou revelando sobre o crime para um outro amigo. Ele falou que jogaram o corpo de Hugo inteiro no rio e que não sabe como o corpo apareceu esquartejado, e que não viu o autor colocando nada amarrado para que Hugo afundasse no rio.
Desaparecimento de Hugo
Após o desaparecimento do jogador, familiares registraram o boletim de ocorrência, e durante as investigações várias pessoas foram ouvidas e uma testemunha levou a polícia neste fim de semana até o rio, onde partes do corpo de Hugo foram encontradas.
O jogador de futebol foi visto pela última vez em uma festa, no município vizinho de Pindoty Porã, no Paraguai. Informações são de que o rapaz foi morto em uma propriedade rural, esquartejado e teve as partes do corpo jogadas no rio. Hugo jogava pelo time da cidade de Sete Quedas em torneios estaduais.
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