“Temos mais que indícios, temos provas”, afirmou o promotor de Justiça Moisés Casarotto que faz parte da acusação no julgamento de Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vlademilson Olmedo na tarde desta quarta-feira (19) durante réplica nos debates.

Casarotto disse que ocultação de arma também é crime, ao lembrar que a arma usada no assassinato de Matheus Coutinho não foi localizada e disse que casa um dos réus teve uma participação no crime. “Um mandou, outros organizaram e outros mataram”, afirmou.

Citou transações feitas por Vlad e que ele sacou na boca do caixa um cheque em branco do dono da Casa das Armas. “O pico das transições bancárias de Vlad foi em abril de 2019, mesmo mês da morte de Matheus. Algumas transações chegam a R$ 48 mil, totalizando mais de R$ 300 mil”, afirmou.

Sobre a dívida relacionada a fazendas que seriam o pivô do crime o promotor falou que há mensagens dizendo que dívida de Antônio é de R$ 50 milhões para a associação por causa de um pagamento que eles não foi feito de R$ 5 milhões sobre as fazendas.

“Há provas para condenação, diferente do que a defesa argumenta de ter só indícios e pedimos a condenação dos acusados”, finalizou Moisés.

O que motivou as execuções?

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.

Nesse período, Antônio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.