Testemunhas serão ouvidas após incêndio e morte de trabalhador que fazia reparos em telhado do Fort

Fernando da Silva caiu de uma altura aproximada de 5 metros e sofreu traumatismo craniano

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Após o incêndio que destruiu parte administrativa do Fort Atacadista, em Campo Grande, na Avenida Presidente Vargas, na noite de sábado (12), a polícia deverá ouvir mais testemunhas. Na última segunda-feira (14), Fernando da Silva, que trabalhava nos reparos do telhado, caiu e acabou morrendo nessa quinta-feira (17).  

Segundo a delegada Marília de Brito, da 7ª Delegacia de Polícia Civil, os fios da parte elétrica ficaram bastante comprometidos, então, não se sabe se a causa do incêndio seria um curto-circuito. Com isso, funcionários serão ouvidos.

Já em relação à morte de Fernando, a delegada disse que, nesse caso, a empresa e os funcionários poderão ser ouvidos para descobrir se o trabalhador estaria sem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).  Fernando permaneceu internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) em estado grave, com traumatismo cranioencefálico por três dias. Foi aberto protocolo de morte cerebral e Fernando faleceu na tarde de quinta (17).

Na noite de quarta-feira (16), a família procurou a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e registrou um boletim de ocorrência por preservação de direito. Segundo a família, Fernando prestava serviço para a empresa de fibra óptica quando sofreu queda de uma escada.

Ele foi encaminhado para a Santa Casa em estado gravíssimo. Os reparos eram feitos após um incêndio que atingiu o mercado no último fim de semana.

Em contato com o mercado, o Fort esclareceu que tem atuado junto com a empresa terceirizada em que Fernando trabalhava. A nota ainda relata que o mercado se solidariza com a família e outros esclarecimentos serão repassados para as autoridades competentes.

Família quer respostas

Em nota, o advogado Vinicius Pizetta, do Escritório Pizetta Advogados, esclareceu que foi procurado pela família de Fernando. A princípio, o trabalhador foi socorrido e encaminhado ao hospital por volta das 17h30, mas só às 19h30 a família foi informada do acidente.

“Por volta das 19h30, a supervisora ligou falando que ele estava estável e na área vermelha da Santa Casa. Porém, ele não estava bem, estava em coma e convulsionando. À noite já soubemos que apenas parte do cérebro do lado esquerdo estava funcionando e ele respirando por aparelhos. A médica já tinha dado como caso sem solução, praticamente morte cerebral. A empresa dele já até falou para ir atrás do velório e sepultamento”, disse o filho de Fernando.

O advogado da família comentou sobre o caso: “Um trágico acidente. O trabalhador não usava EPI correto para o reparo, que deveria ser fornecido pela empresa, como cinto de segurança, capacete de proteção e calçado de segurança. Além disso, a empresa não registrou o boletim de ocorrência, que foi registrado posteriormente pela família”.

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