Ex-servidor é detido em investigação contra assédio sexual na Prefeitura que implica Marquinhos

No dia 9 deste mês, foram cumpridos mandados na Prefeitura e CPUs foram apreendidas

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Foto: Marcos Ermínio/Midiamax

Equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) cumpriram mandados na manhã desta quarta-feira (31), em Campo Grande, e uma pessoa foi levada para a delegacia com base em investigação das denúncias de assédio sexual contra o ex-prefeito e candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PDS).

Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que um ex-servidor municipal, alvo do cumprimento do mandado, foi levado para a delegacia, onde será ouvido. O nome do servidor não foi divulgado, mas informações apuradas pelo Midiamax são de que em julho de 2021, o servidor foi exonerado.

O ex-servidor foi nomeado em fevereiro de 2017, como gestor de projeto na Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos e depois atuou como gestor de projeto no gabinete do ex-prefeito até julho de 2021, quando foi exonerado.

Maquinhos foi denunciado por assédio sexual na Corregedoria da Polícia Civil, em junho deste ano, e após a primeira denúncia outras mulheres procuraram a Deam para registrar boletins de ocorrência. 

Mandados de prisão cumpridos na Prefeitura

No dia 9 deste mês, a Polícia Civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão. Duas CPUs foram apreendidas, além de documentos. Também foi feita perícia nos possíveis locais no gabinete onde teriam ocorrido os crimes. 

Com os computadores apreendidos, a polícia busca por registros de entrada e saída de pessoas. Os policiais foram até o 1º andar, onde fica o setor de finanças, e no 2º andar, onde está o gabinete uma vez ocupado pelo então prefeito Marquinhos.

Defesa pediu afastamento de delegada 

No dia 18 deste mês, a defesa de Marquinhos Trad pediu o afastamento da delegada Maíra Pacheco do caso. Segundo as advogadas de defesa Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores, o pedido foi motivado por atos ilegais e abuso de poder praticados durante o inquérito. A defesa ainda relata que vazamentos propositais ocorreram sem resguardar o segredo de Justiça. 

“Como restou narrado, fatos que envolvem a prática de denunciação caluniosa, falsa notícia de crimes e o uso político da investigação por terceiros sequer estão sendo considerados, deixando a pessoa do impetrante extremamente vulnerável perante a persecução penal em andamento. Sem contar a testemunha que se diz ameaçada, por ter-se retratado, e outras que se dispõem a esclarecer como foi engendrado o aliciamento de mulheres para dar azo à investigação”, pontuou a defesa. 

Denúncias de assédio sexual 

Em coletiva no dia 26 de julho, a delegada afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito, mas conforme a delegada tudo seria investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por falso testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.

“Mas, não diminui outras denúncias das outras vítimas que procuraram a delegacia”, disse Maíra Pacheco. Ainda segundo a delegada, sobre as denúncias de assédio sexual, em “crimes como esse, a única materialidade são os relatos das vítimas. Temos de ter respeito em um país patriarcal”.

Na época, a delegada ainda explicou que outras pessoas estavam sendo investigadas, mas não revelou por quais crimes e nem a quantidade de suspeitos. A delegada pediu dilação do prazo do inquérito que tinha como prazo inicial 30 dias. 

Marquinhos diz que tudo é ‘armação eleitoral’

O candidato a governador do PSD foi denunciado pelas mulheres, sempre por conduta sexual inadequada. Embora admita adultério com duas das denunciantes, Marquinhos nega os crimes sexuais e afirma que tudo seria parte de uma ‘armação eleitoral’

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