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Polícia

Professora do IFMS denuncia assédio sexual de colega e omissão de cúpula do instituto

Chefe disse para vítima 'esquecer, que era bobagem' e que conduta é 'normal' em ambiente de trabalho
Thatiana Melo -
concurso ifms
Sede do IFMS em Campo Grande (Divulgação)

Uma do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) procurou a delegacia de atendimento à mulher para denunciar caso de assédio sexual de colega de trabalho. A professora em seu relato disse ter procurado a sua superiora hierárquica para relatar os fatos e teve como resposta para ‘esquecer o episódio, que era bobagem’. O caso foi registrado na última terça-feira (16) como importunação sexual e ameaça. O fato aconteceu em 2018.

Tudo começou quando a professora, que ocupava um cargo de confiança de diretora-executiva do instituto, junto do colega que, também ocupava um cargo de confiança na época dos fatos, foram vistoriar uma obra do .

Em seu relato, ela fala que ao ser chamada para fazer a vistoria na obra disse que solicitaria um veículo oficial para poderem ir até o local, mas o colega se recusou dizendo que poderiam ir em seu carro particular, o que foi recusado pela professora. Ela alegou para ele que havia carros disponíveis no instituto para fazer este tipo de serviço.

O colega, então, desistiu. Mas, outras duas vezes a chamou novamente, sendo que na última tentativa, ele teria dito a ela que, se não confiava nele, levaria o assunto até o reitor. Nesse momento, a professora aceitou ir até à obra no carro particular do autor. 

Durante o trajeto, o homem começou a passar as mãos na perna da professora, que em um primeiro momento ficou em choque, sem reação. Mas, depois afastou as mãos dele o repreendendo. Ele ainda teria segurado a sua mão dizendo: “fica calma, você precisa de alguém para te proteger”. 

Em resposta, a professora teria dito ao colega para ele parar: “Não é certo o que você está fazendo, você é casado. Não quero”. Mas, o autor continuou a insistir dizendo que a vítima era sozinha, e que poderia cuidar dela. Quando voltaram para o instituto, a professora procurou a sua chefe, mas a mulher orientou a vítima a esquecer os fatos.

A chefe ainda teria dito ser normal esse tipo de conduta em um ambiente de trabalho com homens, e que era para a professora levar na esportiva. Ainda segundo a professora, ela foi orientada a não comentar os fatos com colegas para não atrapalhar as eleições para reitor que estavam prestes a ocorrer.

Os assédios pioraram

Em uma das ocasiões, a professora relata que estava pegando café, e o autor se aproximou por trás encostando nela, pegando em seu cabelo e dizendo: “você está muito cheirosa, que mulher gostosa”. Ela, então, o empurrou dizendo que o colega era inconsequente e louco, momento em que ele respondeu: “você precisa ter alguém te desejando”.

A professora ainda relata que no dia do aniversário do colega foi cumprimentá-lo, e o autor a agarrou chegando a levantá-la do chão. A cena ocorreu na frente de outros colegas de trabalho, deixando a vítima envergonhada. 

Segundo a professora, os assédios continuaram por vários meses. Após um tempo, o colega chegou a dizer para a professora para ela não querer ser seu inimigo, já que ele ‘aniquila, transforma em pó os seus desafetos’. Ele ainda disse que teria muitos amigos, investigadores particulares e estava acostumado a lidar com situações. 

A professora procurou novamente a sua chefe para relatar os fatos, porém mais uma vez teve como resposta: “não leva em consideração o que ele fala, isso é bobagem”. A vítima ainda teria tentado marcar reuniões com o reitor por três vezes.

Mas, em uma dessas tentativas, o reitor considerou que não se tratava de um assunto oficial. Após a negativa do reitor, a professora representou contra ele no Conselho de Ética.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o IFMS, e obteve como resposta que: “A servidora em questão não registrou o caso em quaisquer instâncias da instituição que atuam no tratamento desse tipo de denúncia, como é o caso da Ouvidoria, Comissão de Ética e Comissão Permanente para a e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual.”

Confira a nota na íntegra:

“A servidora em questão não registrou o caso em quaisquer instâncias da instituição que atuam no tratamento desse tipo de denúncia, como é o caso da Ouvidoria, Comissão de Ética e Comissão Permanente para a Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual. No primeiro semestre deste ano, o IFMS implantou a Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédios Moral e Sexual, documento que dispõe sobre prevenção, acolhimento do(a) denunciante, registro e trâmites de denúncias da prática de assédios no âmbito da instituição.

Em junho, foi instituída a Comissão Permanente para Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual no IFMS, responsável por coordenar e monitorar a implementação da Política, com representação na reitoria e nos dez campi da instituição e cujos contatos estão disponíveis em uma página específica do site institucional.

Por fim, o IFMS informa que repudia qualquer forma de assédio e reforça que todos os canais de atendimento supracitados estão à disposição dos estudantes e servidores, com amplo acesso no site institucional, para o registro de denúncias dessa natureza.”

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