O juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar de Campo Grande, agendou para o dia 10 de fevereiro, às 15 horas, o julgamento de dois policiais militares réus por peculato, acusados de tomar posse de um carregamento de muamba apreendido em Amambai, na fronteira com o Paraguai. 

Eles chegaram a inserir informações falsas no relatório, a fim de despistar sobre o destino das mercadorias. Conforme denúncia oferecida pelo MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), no dia 21 de agosto de 2020, uma equipe do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) estava em fiscalização quando se deparou com um veículo em um posto de combustíveis perto do distrito de Amandina, no município de Ivinhema.

O automóvel era ocupado por dois homens e uma mulher. Eles relataram à equipe do DOF que, no dia anterior, dois policiais militares de Amambai haviam apreendido boa parte de algumas mercadorias compradas por eles no país vizinho, a maioria eletrônicos. Estes dois policiais, no entanto, entregaram um termo de guarda falsificado, com nome de outros policiais que sequer tinham registro na corporação.

Foi aberta investigação que chegou aos verdadeiros suspeitos. As informações são de que os dois militares interceptaram o carregamento de muamba no dia 20 de agosto e ficaram com as mercadorias. No relatório, além dos nomes falsos, colocaram que a abordagem feita por eles foi realizada na rodovia MS-386, quando, na verdade, ocorreu em endereço dentro da cidade.

Contudo, procedimento investigatório realizado pela Corregedoria-Geral da PM constatou as fraudes, bem como comprovou, por meio de perícia no celular, que os policiais estavam no endereço dentro da cidade, no mesmo horário em que a apreensão foi realizada. Assim, eles acabaram denunciados por peculato, passaram por audiência no dia 9 de novembro do ano passado e agora serão julgados.