Polícia quer imagens de trajeto percorrido por Adriano durante briga no trânsito com jovem

Segue em investigação pela 3ª Delegacia de Polícia Civil a abordagem feita pelo delegado Adriano Garcia Geraldo a uma jovem de 24 anos, após briga de trânsito, na noite de 16 de fevereiro. A discussão terminou com tiros disparados pelo policial contra o carro da motorista, nas proximidades da Avenida Mato Grosso.

Delegado-geral Roberto Gurgel Filho disse nesta quarta-feira (16) que, agora, a Polícia Civil busca e analisa imagens do trajeto percorrido por Adriano e pela jovem. Isso porque o cartão de memória da câmera acoplada no carro da motorista teria sido danificado, o que foi registrado no laudo da Perícia, que não conseguiu resgatar as imagens.

O advogado da jovem, Ewerton Bellinati, disse ao Midiamax que acompanha as investigações para saber quais medidas serão tomadas ao final. A defesa ainda requer produção de prova pericial e posteriormente pedirá oitiva de testemunhas e outras provas que forem necessárias. O inquérito tramita em segredo de Justiça.

Imagens não foram resgatadas

“No laudo não deu para fazer a captação das imagens, porque estava corrompido em razão de fissura”, disse no início do mês o delegado titular da 3ª Delegacia Wilton Vilas Boas, que está à frente do caso. Já a jovem relatou que sempre usou o mesmo cartão e nunca teve problemas. “Estão acobertando o delegado”, disse.

Após os fatos, Adriano teve a exoneração publicada em Diário Oficial no dia 22 de fevereiro. Garcia também é investigado em outro procedimento pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), por suposto envolvimento com o jogo do bicho, fato que gerou crise interna na corporação há três meses. Exonerado, ele agora está responsável pelo Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública).

Briga no trânsito

De acordo com a versão registrada na delegacia, tudo começou após uma briga de trânsito. Na versão da ocorrência, foi confirmado que Adriano buzinou após ser ‘fechado’ e que a motorista de 24 anos teria ‘mostrado o dedo’ após levar a buzinada, na noite do dia 16 de fevereiro passado.

O histórico afirma que o delegado atirou duas vezes após ela ter parado o carro, e um dos disparos quando ela tentou fugir. Um dia após os fatos, a motorista concedeu entrevista ao Jornal Midiamax. A jovem ficou em choque com a atitude do delegado. Ela acabou indo parar no registro policial como ‘autora’ da ação, e o delegado, como vítima. A mulher relata, ainda, que sua versão dos fatos foi ignorada.

“Eu só consegui parar o carro perto de uma padaria e fiquei em choque, paralisada com os tiros. Ainda por cima, ele [Adriano Garcia] desceu do carro sem se identificar com uma arma na mão mandando eu descer do meu, senão quebraria a janela do meu veículo”, conta.