Polícia Civil investiga mais um motorista de aplicativo suspeito de abuso contra passageira
Caso foi denunciado na delegacia e está em investigação
Renata Portela, Wendy Tonhati –
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Nesta terça-feira (14), durante entrevista coletiva, delegadas da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) alertaram que mais um motorista de aplicativo é investigado por abuso contra passageira. Outro motorista, de 38 anos, está preso temporariamente desde o dia 9 de junho por dois estupros e uma tentativa.
Conforme as delegadas Elaine Benicasa, titular da Deam, e Ana Luiza Noriler, esse outro motorista é investigado por ato libidinoso contra uma vítima. O caso foi denunciado à polícia e foi apurado que o modo de agir do criminoso é diferente do outro suspeito, já preso, sendo identificado que se trata de um outro autor.
Até o momento não foram repassadas mais informações sobre o caso, que segue em investigação.
Motorista preso alegou problemas sexuais
Preso temporariamente desde o dia 9 de junho, o motorista de aplicativo de 38 anos chegou a alegar para a polícia que tem ‘problemas sexuais’. Além de ser usuário de drogas, ele também teria problemas psicológicos e alegou que os atos libidinosos contra as passageiras seriam a única forma de se satisfazer.
Após tentar negar os crimes, o acusado acabou confessando e alegou para a polícia que tinha problemas sexuais. O que foi identificado é que ele tinha impotência, porque tomava medicamentos e possivelmente também pelo uso de drogas. Assim, alegou que os crimes eram a única forma de ele se satisfazer.
O motorista verificava sempre se a passageira estava sozinha antes da viagem. Para o acusado, não havia diferença de idade ou perfil, bastava apenas que fosse mulher. Quando chegava para buscar a passageira, ele confirmava as informações e, no trajeto, dava alguma desculpa para desviar a rota.
Nos casos identificados, o motorista disse que iria abastecer o carro ou que precisava pegar algum pertence em outro lugar. Então, seguia para locais ermos e escuros, onde fazia o uso de droga e depois tentava atacar as passageiras. Nem mesmo a vítima que estava em ligação telefônica com o marido intimidou o acusado.
Motorista trancava o carro
A Polícia Civil identificou que o motorista usava a trava de segurança do carro para manter as vítimas presas no veículo. A trava de criança impossibilita que as portas sejam abertas pelo lado de dentro, inclusive foi por isso que a última vítima do motorista acabou precisando abrir a janela para conseguir fugir.
Todos os crimes foram cometidos sob ameaça, sem uso de violência. Em um dos casos, ele chegou a dizer para a vítima que a levaria para uma mata, caso ela não aceitasse masturbar o suspeito. Além disso, ele dizia que tinha informações pessoais das vítimas e que sabia onde elas moravam.
As passageiras eram atacadas no banco de trás do veículo. O que a Polícia Civil identificou é que o motorista se programava para cometer os estupros. Duas das vítimas conseguiram fazer o reconhecimento facial, enquanto uma terceira não conseguiu. Isso porque ela ficou em choque com o ocorrido, muito nervosa.
As delegadas esclareceram que ela não seria capaz de identificar quem quer que fosse, pelo estado em que ficou com o ocorrido. Será feito pedido de prisão preventiva do suspeito, para que não haja risco de fuga. A prisão temporária foi pedida e deferida, uma vez que o motorista já tentava se desfazer de provas do crime.
Plataformas foram oficiadas
A Polícia Civil entrou em contato com as plataformas de aplicativos de corrida usadas pelo motorista. Em cada crime, ele usou um aplicativo diferente. Segundo as delegadas, as plataformas estiveram à disposição nas investigações, mas não é possível representar contra as empresas pelos crimes, apenas contra o motorista.
Além dos depoimentos de vítimas e testemunhas, confissão do acusado, também foram recolhidas imagens de câmeras de segurança que capturaram as rotas feitas pelo suspeito. Ele já tem passagem por violência doméstica.
Dicas de segurança
Foi esclarecido que qualquer pessoa, vítima ou testemunha, pode denunciar um caso suspeito de assédio, abuso ou estupro. As denúncias podem ser feitas na delegacia ou mesmo anonimamente via 180.
Após o fato, foram relatadas pelas delegadas da Deam dicas de segurança para mulheres que usem carros de aplicativos. A primeira dica é checar a placa e perguntar ao motorista “quem é você”, sem citar o nome como “você é fulano?” Assim, ele terá que confirmar quem é.
Outra dica é sentar sempre atrás do banco do motorista, dificultando qualquer tentativa de assédio. Além disso, compartilhar o trajeto com alguém e não dar informações pessoais. Caso o motorista desvie a rota, a dica é acionar a Polícia Militar, via 190.
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