O cabo da Polícia Militar alvo de mandado de busca e apreensão durante a Operação Paraíso Marcado, deflagrada pelo Gaeco nessa quinta-feira (15), teve fiança arbitrada em R$ 500 e disse ter comprado as munições para treinamento. Na residência dele, localizada em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, foram encontradas 25 munições, além de maconha.
O militar relatou ter comprado as munições para utilizar em treinamentos, mas disse não lembrar onde e nem quanto pagou. Com ele, foram encontrados um tablete de maconha, que totalizou 230 gramas, e 25 munições, sendo 22 calibre .40 e três calibre .22.
O juiz considerou uma portaria de agosto de 2019, que estabeleceu o calibre .40 como de uso permitido. Além disso, considerou também que o Estado fornece à Polícia Militar armamento de calibre .40, e o policial pode obter munições de mesmo calibre, desde que regulamentada a compra. Ele foi indiciado por porte de munição de uso permitido, sem regulamentação e por porte de drogas.
Já outro alvo, de 59 anos, preso com armas na cidade de Bonito, a 300 quilômetros do Paraguai, teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva ainda nesta quinta-feira (15). Ao todo, foram encontradas 63 armas de fogo na residência, sendo 46 longas e 17 curtas. Ele chegou a alegar que teria uma oficina de armas e que trabalha como armeiro.
Além das armas, foram apreendidas peças e munições de diversos calibres. Apesar de ter dito que o armamento pertencia a clientes, ele não soube dar o nome dos proprietários. No quarto dele, os policiais do Batalhão de Choque encontraram R$ 9.460 em espécie, guardados em um cofre, e um revólver no armário.
Operação Paraíso Marcado
A Operação Paraíso Marcado teve como alvo crimes de tráfico de drogas e comércio ilegal de arma de fogo. Conforme o Gaeco, ao todo, são 52 mandados de busca e apreensão e prisão temporária. Durante o cumprimento, 8 pessoas foram presas em flagrante.
Ainda conforme o Gaeco, o objetivo da operação é desmantelar organização criminosa estabelecida há vários anos em Bonito e na região. O grupo é especializado no tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro.
Além disso, a ação contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, também DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Batalhão de Choque e Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
Foram cumpridos mandados em Dourados, Bonito, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Campo Grande, Porto Murtinho e Bonito. Com os presos, foram apreendidos maconha, pasta base de cocaína, joias e dinheiro em espécie.
Também foram apreendidas armas e munições. O nome da operação se refere ao local escolhido pelo líder da organização criminosa para moradia e também como base para estruturação das atividades criminosas, a cidade de Bonito.
O Gaeco ainda apurou que o criminoso tem por costume marcar as propriedades e bens com as iniciais do nome. O Midiamax identificou que três policiais militares estariam entre os presos.