‘Nunca passou pela minha cabeça essa fatalidade’, disse motorista de BMW que matou enfermeira em acidente
Wilson ainda falou durante o júri que tentou desviar de Carla na hora da batida
Danielle Errobidarte, Thatiana Melo –
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Durante o julgamento na manhã desta quarta-feira (19), em Campo Grande, sobre o acidente que matou a enfermeira Carla Jaqueline Miranda, o réu Wilson Benevides disse que nunca passou pela cabeça dele uma fatalidade daquelas, e que só estava tentando ‘tirar’ o carro da enfermeira.
Wilson contou que estava fugindo da polícia naquela noite de 24 de janeiro de 2021, por já ter muitos problemas e por já ter aprontado muito. Ele ainda relatou ter tido problemas com a polícia e que pensava que os policiais que o estavam perseguindo iriam matá-lo.
“Se eu tivesse visto daria um jeito de acontecer algo comigo e não com ela”, falou Wilson, que na noite do acidente estava em uma BMW a mais de 100 km/h. Ele havia acabado de sair de uma festa, no autódromo. Ele ainda tentou explicar que poderia ter acontecido com ele ou com qualquer pessoa.
Raíssa Miranda, de 23 anos, falou com o Jornal Midiamax, um dia antes do julgamento e relatou a dor de ter perdido a mãe, em um acidente brutal. “A dor não vai passar, não vai trazer ela de volta, mas o que a gente quer é justiça pra ter o alívio no coração”.
A jovem recebeu a notícia da morte da mãe, Carla, dois dias antes do aniversário. O velório aconteceu no dia em que completava 22 anos. “Foi a pior dor do mundo. No dia que recebia a notícia na delegacia eu não sabia respirar, não sabia andar, não sabia fazer nada. Me senti perdida, não sabia o que fazer”, lembra.
A jovem já não morava com a mãe, mas lembra que o contato era diário. Enfermeira, Carla trabalhou no atendimento a pacientes com Covid. “Minha mãe nunca teve nenhum tipo de atitude errada. Ela estava no auge da carreira. É muito injusto”, disse. Raíssa contou ainda que participou das audiências online, mas que pela primeira vez veria pessoalmente Wilson.
Sobre o julgamento, relatou que espera que a justiça seja feita, de forma favorável para a família de Carla. “Que seja julgado da melhor maneira, mas não vai tirar a dor da gente”, disse. “É um sentimento de revolta. Por que esse cara estava na rua com esse tanto de passagem? Por que estava correndo daquele tanto?”, lamentou.
Acidente que matou Carla
A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) detalha o acidente, ocorrido na noite daquele dia 24 de janeiro de 2021, na Avenida Prefeito Heráclito Diniz Figueiredo, perto do cruzamento com a Rua Veridiana, no Estrela do Sul. Na direção de uma BMW, Wilson atropelou e matou a enfermeira Carla.
Conforme registrado pela acusação, Wilson conduzia a BMW com excesso de velocidade, na contramão e fazendo ultrapassagem em local proibido. Foi ao invadir a pista contrária que ele atingiu Carla, que conduzia a Biz. Ainda foi identificado que o motorista não tinha habilitação para dirigir.
Assim, por todos os fatos relatados, foi configurado crime doloso, por entendimento de que o motorista assumiu os riscos do acidente. Além de todos os fatores, ele estava sob efeito de álcool, apontou o MPMS. Restou apurado que Wilson passou por uma viatura policial, quando acelerou para tentar fugir da equipe, por não ter CNH.
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O motorista, de 48 anos, que seria do Paraná, foi socorrido com ferimentos leves pelo Corpo de Bombeiros.
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