Durante seu julgamento nesta sexta-feira (25), em Campo Grande, o ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro, disse aos jurados que estava fora de seu normal e que não ‘era o fim que queria’. Natalin Nara Garcia, de 22 anos, foi assassinada com um mata-leão pelo ex-militar, em fevereiro deste ano. 

Tamerson contou que não se importava com as saídas de Natalin para ir a bares com amigos, mas sempre pedia para ela não beber e dirigir. O ex-militar contou que as brigas entre o casal começaram após seis meses de relacionamento.

Ele disse que no dia do crime estava dormindo com a filha quando Natalin chegou fazendo barulhos no portão. Ele acordou e viu que ela estava embriaga, foi quando questionou como os amigos dela tinham a deixado voltar dirigindo para casa.

Neste momento, ele contou que parece que ‘virou uma chave’ em Natalin que passou a ficar agressiva. Ela entrou na casa e passou a quebrar o guarda-roupa e depois foi ao banheiro tentando quebrar o chuveiro. Na tentativa de acalmá-la, ele a segurou pela barriga e com o antebraço pelo pescoço. Tamerson nega que tenha dado um mata-leão em Natalin.

Ele contou que quando ela parou de se mexer a soltou no chão, e só aí percebeu o que havia acontecido. “Não estava no meu normal. Estava com depressão, exclusivamente, por causa do meu relacionamento”, disse o ex-militar aos jurados. 

Quando questionado sobre ter marcado encontro com uma prostituta após o crime, Tamerson respondeu que não queria ficar sozinho com seus pensamentos. Ele ainda falou que não pensou em nada, que não conseguiu fazer nada na hora, quando foi questionado o porquê não chamou o socorro para Natalin. 

Por que ele fez isso?

A avó de Natalin prestou depoimento durante o julgamento. Alcilene contou que passou a virada do ano com Natalin e que, em uma das conversas que teve com a neta, ela revelou que o casamento não estava bem.

Ainda segundo a avó de Natalin, ela falou que queria se separar, mas tinha medo de Tamerson matá-la. Ela, então, respondeu à neta: “Não, minha filha, ele jamais faria isso com você”. 

Quando Natalin foi assassinada, a avó relatou que ligaram informando que ela tinha sofrido um acidente. “Saímos de lá (Paranaíba) no desespero”, disse Alcilene. Durante seu depoimento no júri, ela fez um questionamento. “Por que ele fez isso? Já que não ia dar certo, por que ele impediu uma vida? A menina ia se formar agora, e deixou uma criança de 4 anos”, falou aos jurados.

Colocou Natalin dentro do porta-malas

Após matar Natalin com um mata-leão, o ex-militar da Aeronáutica enrolou o corpo em um lençol, colocou no porta-malas e esperou o dia clarear. Ele ainda simulou conversas no WhatsApp fingindo ser Natalin para despistar a polícia.

Tamerson relatou que quando Natalin chegou à residência do casal, ela teria passado a xingá-lo, ofendê-lo e estapeá-lo, momento em que teria tentado segurá-la aplicando um mata-leão. Natalin caiu desacordada e Tamerson teria tentado acordá-la, mas acabou percebendo que a jovem estava morta. 

O militar, então, a teria enrolado em um lençol e colocado o corpo dentro do porta-malas do carro. Ele esperou o dia clarear e levou a filha de 4 anos para a escola, com o corpo escondido no carro. Depois foi até a rodovia e pegou uma estrada de chão, onde desceu, retirou o corpo e o arrastou até o matagal, onde o abandonou.