Mulher que morreu queimada em MS disse à enfermeira que ela mesma acendeu o fósforo

Família relatou que vítima teria dito que marido teria ateado fogo nela; suspeito nega feminicídio

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Pâmela
Pâmela morreu após quase 1 mês internada (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi ouvida pela Polícia Civil uma enfermeira que atendeu Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, que morreu queimada no dia 22 de agosto, quase um mês após ser internada. A testemunha relatou que ouviu da vítima que ela mesmo teria acendido o fósforo que provocou o incêndio.

Conforme o delegado Roberto Duarte Faria, titular da Delegacia de Rochedo, a enfermeira contou que Pâmela perguntava sobre como estava sua aparência, se tinha perdido os cabelos. A vítima teve 90% do corpo queimado e acabou falecendo na Santa Casa de Campo Grande um mês depois.

Além disso, Pâmela teria confessado assim que chegou que ela mesmo teria riscado o fósforo, que provocou o incêndio.

Família acredita em feminicídio

O marido de Pâmela chegou a procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência, após ser acusado de feminicídio. Na segunda-feira (29), a Justiça concedeu medida protetiva que proíbe a aproximação ou o contato do homem com as crianças e familiares.

“Minha mãe te contou?”, teria perguntado a menina de 10 anos para uma testemunha após o incêndio. A pessoa teria dito que sim, então a garota pediu que não denunciasse o pai por medo que ele fosse preso. Ainda segundo esta testemunha, Pâmela teria dito no hospital que o marido seria o autor do crime.

Vítima morreu queimada

Após a morte de Pâmela, familiares procuraram a polícia informando que no dia 21 de julho ela ficou em estado grave após a residência onde mora com o marido pegar fogo. Ao procurarem sobre o ocorrido, os policiais encontraram uma ocorrência registrada como tentativa de suicídio.

Entretanto, a irmã afirmou que o suspeito seria o marido da vítima, e que ele teria tentado matá-la. No laudo da Santa Casa, onde Pâmela faleceu, consta que ela estava em estado gravíssimo, e tinha indícios de morte violenta pelo corpo, ficando internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do dia 22 de julho até o dia 13 deste mês.

Os familiares relataram à polícia que o casal estava junto há 11 anos e tinha dois filhos em comum, que estavam na residência no momento do incêndio. Entretanto, apenas ela se queimou, enquanto o marido e os filhos conseguiram sair do imóvel sem ferimentos.

Eles chegaram a pedir um caminhão-pipa para apagar as chamas e Pâmela foi socorrida por um homem que passava em uma caminhonete, que a levou até o posto de saúde da cidade. De lá, ela foi encaminhada diretamente para a Santa Casa, devido à gravidade dos ferimentos.

A família conseguiu conversar com Pâmela, ainda quando estava no posto de saúde, e ela teria relatado uma discussão com o marido, dizendo que ele jogou gasolina nela e em seguida ateou fogo em seu corpo. Posteriormente, ela foi sedada e entubada na Santa Casa, e não conseguiu mais conversar.

Os familiares ainda questionaram uma das crianças, que confirmou que os pais teriam brigado e ele batido na mãe, depois colocado fogo nela. A criança ainda pediu para que não fosse contado para ninguém, pois tinha medo que a polícia prendesse o pai.