O motorista de 32 anos que atropelou, arrastou e matou Michelli Alves Custódio, de 36 anos, em Campo Grande, confessou em depoimento, após a sua prisão na madrugada desta quinta-feira (13), que bebeu por cerca de 9 horas seguidas. Ele ainda disse que não se lembrava de ter atingido alguém. Michelli sofreu politraumatismo e os filhos de 8 e 10 anos presenciaram o acidente.

Além de Michelli, o motorista também atropelou uma mulher que conversava com ela na calçada e um pedestre que tentou impedir a fuga. Ambos foram socorridos para a Santa Casa de Campo Grande e seguem internados.

O motorista contou que estava assistindo ao jogo do Corinthians e ingeriu bebidas alcoólicas. Na saída, ele disse que o pneu estourou, o que o fez perder o controle do veículo Renault Sandero. Ele atropelou Michelli e uma mulher transexual, que foi socorrida inconsciente para o hospital pelo Corpo de Bombeiros.

Mas, o relato feito de que o pneu estourou e causou o acidente não é verídico, de acordo com a delegada Joilce Silveira Ramos, que atendeu o local do acidente. A perícia concluiu que o pneu estourou após o acidente. O motorista só parou o carro após o veículo parar de funcionar, uma quadra depois do acidente, e estava em alta velocidade, segundo a delegada.

Ainda durante o depoimento, o motorista disse que não sabia que havia atropelado uma pessoa, e que algo que tinha caído em cima de seu para-brisa dificultou a sua visão, o que resultou no atropelamento, o que também foi questionado pela delegada. “Como que alguém consegue dirigir com algo atrapalhando a sua visão por uma quadra”, disse Joilce.

A delegada o autuou por homicídio doloso por dolo eventual, sem fiança. “As crianças passaram mal ao verem o corpo da mãe no chão. Uma das crianças chegou a vomitar”, disse a delegada. 

O motorista passa por audiência de custódia nesta sexta-feira (14), quando deverá ser convertida ou não a sua prisão. 

Família inconsolável

Lindalva Maria da Silva, de 59 anos, foi nesta manhã até a casa da sobrinha para tentar entender o que aconteceu. “Ela era trabalhadora, maravilhosa, cuidava dos filhos, não merecia isso”, disse a mulher que ainda revelou que a mãe de Michelli estava em Santa Catarina para passar o feriado, mas que já está voltando após saber do acidente da filha. 

O atropelamento

O atropelamento aconteceu por volta da 1h40 da madrugada, quando Michelli estava na calçada da esquina da Rua Ouro Branco com a Avenida Fábio Zahran. O carro invadiu a calçada e atropelou a mulher que morreu no local.

Um homem de 32 anos que presenciou o acidente tentou impedir a fuga do motorista se jogando no veículo e acabou arrastado pelo carro até a outra esquina da via. 

O Corpo de Bombeiros foi acionado e o homem e a passageira do carro que era conduzido pelo autor foram levados para o hospital para atendimento e não há informações sobre o estado de saúde.

Foi feito teste do bafômetro no motorista que deu como resultado 0,83 mg/l. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia.