Membro de quadrilha que levou R$ 450 mil de banco em Campo Grande já tinha roubado joalheria no RS
A Justiça decretou a prisão preventiva de Edemilson Custódio, nesta quinta-feira (7)
Thatiana Melo –
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Um dos membros da quadrilha que participou do furto ao banco, na Rua Marechal Rondon, em Campo Grande, no último dia 3 deste mês, havia saído recentemente da cadeia depois de ser preso por arrombar uma joalheria, no Rio Grande do Sul.
Elizeu Gomes da Rocha que fazia a ponte entre os outros membros da quadrilha, e que havia cooptado primeiro Edemilson para a empreitada criminosa, contou quando o abordou na saída de uma agência bancária, no Rio de Janeiro, que tinha arrombado uma joalheria no Rio Grande do Sul, sendo preso, por isso, ficando fora do ‘radar’ por algum tempo.
Durante a conversa que teve com Edemilson, ele ainda contou que os outros comparsas seriam especialistas em abrir cofres centrais de agências bancárias com serras, e que precisavam de integrantes que pudessem repassar informações, mapas, sobre o interior dos bancos, recebendo uma ‘cota’ para o serviço.
Edemilson em seu depoimento disse que usava os celulares de forma dissimulada para fazer as imagens dos cofres centrais e do posicionamento dos cofres para repassar a quadrilha, que teve êxito em algumas ações, como Aquidauana quando a agência da Caixa Econômica foi arrombada, e cada membro lucrou R$ 190 mil, e na agência da Marechal Rondon.
Já nas agências de Água Clara, Bradesco, na cidade de Maracaju, na agência da Caixa Econômica e em outra agência do Bradesco em Jardim, não conseguiram êxito em levar dinheiro do cofre já que os alarmes dispararam.
‘Olheiros’
Alguns membros da quadrilha tinham a função de ‘olheiros’, momento em que se hospedavam em hotéis próximos às agências bancárias para passar informações para o restante da quadrilha, que era de três estados diferentes, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo.
Os cofres eram arrombados pela parte de trás, assim, os alarmes não disparavam. Na última empreitada, cada membro da quadrilha lucrou R$ 90 mil.
Dinheiro para pagar agiotas
A ação criminosa do furto ao banco da Rua Marechal Rondon demorou cerca de 3 horas, entre parte da quadrilha invadir o local, cortar o cofre e fugir levando os R$ 450 mil. Edemilson quando preso ao sair de um supermercado, em Campo Grande, nessa quarta-feira (6), contou que usou parte do dinheiro para pagar agiotas, dívidas com familiares e amigos.
Já a outra parte usou para comemorar a ação da quadrilha e comprar um veículo Volkswagen Voyage, usado em outras ações do grupo. Ele ainda disse que para aumentar sua ‘cota’ no bando passou a não só repassar informações, como também a participar das ações.
Outra prisão
Everton da Silva Souza, de 35 anos, foi um dos primeiros a serem presos por equipes do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Assaltos e Sequestros). Ele passou por audiência de custódia nessa quarta-feira (6), e teve sua prisão decretada. Ele trabalhava para uma empresa terceirizada, que presta serviços para o banco. Everton já trabalha em empresas de segurança desde 2011, sempre atuando em agências bancárias. Foi no serviço que conheceu um dos comparsas. Assim, passou a ser responsável por mapear as agências.
Com o serviço, o técnico filmava os locais e identificava onde estavam os alarmes e as câmeras de segurança. Por isso, os criminosos conseguiam furtar as agências sem levantar suspeitas. Ele revelou que o grupo tentou furtar uma agência na Via Park em 2020, mas não teve sucesso.
Depois, passou mapeamento de agências em Paranaíba e Maracaju, que também não teriam dado certo. O suspeito alegou que não participava dos furtos ativamente. No caso de Aquidauana, ele teria ficado como motorista, sendo que foram levados aproximadamente R$ 700 mil da agência, de acordo com a polícia. O caso é investigado pela Polícia Federal.
Furto de R$ 700 mil
O furto aconteceu no fim de semana dos dias 2 e 3 de outubro de 2021, em Aquidauana. O crime, no entanto, só foi descoberto quando os funcionários chegaram para trabalhar na segunda-feira.
O caso segue em investigação pela Polícia Federal, que identificou que, no dia do crime, o sistema de segurança do banco tinha sido adulterado e as câmeras do circuito interno todas reorientadas. Assim, elas não registraram o momento do furto ou os autores.
Do banco foram levados R$ 700 mil. A invasão à agência foi descoberta por uma funcionária da limpeza que chegou ao local por volta das 7h30 e ligou para o gerente contando que o banco tinha sido roubado. Ela encontrou a janela dos fundos da agência com sinais de arrombamento e um buraco na parede que separava a sala do cofre.
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