A PRF (Polícia Rodoviária Federal) cumpriu na manhã desta quarta-feira (19) um dos 6 mandados de prisão em Tocantins, contra organização criminosa responsável por um esquema de pirâmide que movimentou mais de R$ 4 bilhões. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara de Justiça Federal de Campo Grande.

Policiais rodoviários federais prenderam o foragido por vários crimes contra o sistema Financeiro Nacional, além de outros delitos. A prisão aconteceu em Guaraí (TO).

O homem foi localizado através de abordagem a um veículo Toyota Hilux CD, no km 332 da BR-153. Conforme apurado pelo portal Conexão Tocantins, durante verificação dos três ocupantes da caminhonete a equipe confirmou o mandado de prisão preventiva pendente para um dos passageiros.

Ele foi preso e conduzido até a Delegacia de Polícia Federal de Palmas. A prisão faz parte da Operação ‘La Casa de Papel’. As investigações começaram em 2021, na cidade de Dourados. A organização atuou em mais de 80 países.

Outro preso na operação é o empresário e cantor Patrick Abrahão, casado com a cantora Perlla. Patrick foi preso em casa, em um condomínio de luxo, no Rio de Janeiro.

Informações passadas pela 93 FM, o empresário é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

Os crimes praticados pela organização vão desde evasão de divisa, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

Foram expedidos seis mandados de prisão preventiva contra os líderes da organização criminosa, além de 41 mandados de busca e apreensão, no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.

Também foram cumpridos mandados de bloqueio no valor de R$ 20 milhões de dólares e sequestros de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas.

Investigações

A investigação começou em Dourados, em agosto de 2021, com o flagrante de dois dos investigados, no momento em que iam para a fronteira com o Paraguai, com escolta armada. Na abordagem, foram encontradas esmeraldas avaliadas em U$S 100 mil dólares, ocultas e sem origem legal.

Ainda foi apurada a existência do esquema de pirâmide financeira que captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas, em mais de 80 países. O prejuízo aos investidores foi estimado em R$ 4,1 bilhões, e teriam iniciado em 2019.

A organização usava massivamente as redes sociais, marketing, reuniões por diversos estados e países, centenas de “team leaders” arregimentados, além da estrutura e do apoio de entidade religiosa pertencente a um deles, atuavam para captar recursos e, assim, gerir uma empresa que oferecia pacotes de investimentos/aportes financeiros desde U$S 15 dólares a U$S 100 mil dólares, com promessa de ganhos diários em percentuais altíssimos.

A organização se dizia situada na Estônia, mas o grupo de fato não existia. Os investigados não tinham autorização para a captação e gestão dos recursos levantados no Brasil, na Estônia, ou em qualquer outro país, tendo ainda diversos alertas de órgãos financeiros em vários países, como Espanha, Panamá, dentre outros, no sentido da ausência de autorização e de que se tratava de esquema de pirâmide financeira.