Pular para o conteúdo
Polícia

Influencer cria rede de apoio para vítimas de abuso e quer que elas saibam se defender

Projeto #QuemCalaNãoConsente tem apoio de advogados, psicólogos e psiquiatras voluntários
Danielle Errobidarte -
Idealizadora do Projeto, Nurha é instrutora de tiro. (Foto: Reprodução/ Instagram)

criado por uma digital influencer de tem ajudado mulheres vítimas de diversos tipos de violência há cerca de dois anos. No próximo domingo (10), parte delas fará um treinamento de tiro esportivo e terá aulas de defesa pessoal com profissionais de Krav Maga, que também é aberto a mulheres que não sofreram violência, mas desejam aprender a se defender. A ideia surgiu a partir de uma, entre milhares de mulheres que já sofreram abusos, e busca dar apoio emocional, jurídico e psiquiátrico a elas.

Nurha Beatriz Rodrigues, de 34 anos, é veterinária mas encontrou no Projeto #QuemCalaNãoConsente sua vocação. A rede de apoio é formada por advogados, psicólogos e psiquiatras voluntários, além do apoio que cada uma delas dá para as outras. Com quase 13 mil seguidores no Instagram, ela usa das para conhecer as participantes, que chegam até ela geralmente por indicação de conhecidas.

“As mulheres falam que alguma amiga indicou, ou sabe que tenho essa ação voluntária. Eu não faço divulgação porque elas preferem o anonimato. Muitas relatam que se sentem envergonhadas para irem até uma delegacia, e só querem apoio jurídico e psiquiatra”, explica.

Todos os profissionais atendem as vítimas de forma gratuita, como consultas psiquiátricas e orientação jurídica, e são encaminhadas para os serviços legais, como para a Casa da Mulher Brasileira. No próximo domingo (10), o Projeto promove um curso de tiro esportivo e aulas de defesa pessoal, também de forma gratuita e com os serviços doados por parceiros.

“Eu sou instrutora de tiro, mas não atuo. Elas me pediam muito para praticarem, mas não têm condições financeiras, inclusive porque muitas estão saindo da dependência financeira que estavam do marido, e é um esporte caro. No início era para 20 meninas, e agora já estamos com quase 60”, relata Nhura.

Entretanto, as vagas para a primeira edição já estão totalmente preenchidas. A idealizadora do Projeto pretende fazer a segunda edição, com novas inscrições. “Conseguimos um clube de tiro e as munições como voluntariado. Será um dia de defesa pessoal para essas mulheres, para que elas tenham direito de aprender a se defender. Os instrutores são os melhores de Campo Grande, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros)”, explica.

Uma das participantes do projeto – que não terá a identidade divulgada – agradece por ter sido ajudada pelos profissionais voluntários. “É uma situação difícil que estou passando, estão me ajudando com advogado, psicólogo, psiquiatra e foi muito importante porque se eu não tivesse recebido essa ajuda, eu não sei onde estaria hoje. Graças a Nhura e aos profissionais hoje eu estou bem amparada”, relata.

Violência doméstica cresce em MS

Só neste ano de 2020 – do dia 1º de janeiro até o dia 5 de julho – foram registrados 9667 casos de violência doméstica registrados em todo Mato Grosso do Sul. Até agora, o mês com maior incidência de casos foi o de março, com 1737 registros. Julho já acumula 207 vítimas. Os dados são da (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

As mulheres são, disparadamente, a maioria das vítimas. 8958 delas já sofreram algum tipo de violência, com autores próximos, como marido, namorado, pai ou irmão. Destas, 3395 são jovens, de 18 a 29 anos.

Já o crime de estupro acumula 760 vítimas em todo 2022, 683 do sexo feminino e 255 adolescentes, entre 12 e 17 anos. Apesar da queda de abril até junho, julho já registra mais de um caso por dia – são 7 até o dia 5.

Mato Grosso do Sul registrou aumento de 104% na média de estupros cometidos entre os cinco primeiros meses de 2021 e 2022. Ano passado foram contabilizados 298 casos entre janeiro e maio, já neste ano são 610 no mesmo período, segundo levantamento feito pelo Jornal Midiamax.

As reuniões do Projeto acontecem pelo menos uma vez ao mês, presencialmente, e são feitas em forma de roda de conversa, com a data a ser definida pelas integrantes do Projeto. O perfil da fundadora é o @nurha_beatriz.

Dados de violência doméstica em MS, em 2022, mês a mês. (Fonte: Sejusp)

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Marido usa arma de choque e foice para agredir esposa em Angélica

‘Já matei e quero matar você também’: com facão, homem ameaça assassinar vizinha idosa em Jardim

Câmara aprova projeto que torna permanente a Lei de Incentivo ao Esporte

Mulher fica ferida ao ser espancada por dois homens em Sonora

Notícias mais lidas agora

mpms segurança mp

Gastos do MPMS superam R$ 330 milhões nos primeiros 6 meses de 2025

‘El Monstruo’: o criminoso mais procurado do país pode estar escondido na fronteira de MS

VÍDEO: Madrinha homenageia Sophie no dia em que bebê completaria 1 ano de vida

cepol amigo

Polícia prende ladrão em flagrante e recupera objetos furtados na Vila Nasser

Últimas Notícias

Política

Trump ameaça taxar Rússia em 100% caso guerra com a Ucrânia continue

Otan anuncia que vai pagar por nova leva de equipamentos militares

Esportes

Juventude vence com Gilberto herói, VAR polêmico e deixa Sport agonizando

O atacante foi às redes no começo de cada tempo e foi ovacionado pela torcida

Polícia

Mulher fica ferida ao ser agredida com garrafada de vidro em bar de Bonito

A vítima teve vários ferimentos pelo corpo e precisou ser encaminhada para o hospital da cidade

Política

Lei da Reciprocidade Comercial será publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira

Presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a Lei nesta segunda-feira