Há 4 anos, Ildonei era assassinada pelo próprio neto porque ele tinha “vontade de matar”
Após um ano e quatro meses internados na Unei, os dois já com a maioridade foram liberados da Unidade Educacional de Internação
Mirian Machado –
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A professora e ex-diretora da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Maria Ildonei Lima Pedra, de 70 anos foi brutalmente assassinada por quem menos esperava: o próprio neto. Na época, o adolescente de 17 anos, na companhia de outro colega de escola da mesma idade, mataram a idosa.
O que deixou o crime ainda pior foi o motivo: “vontade de matar”. Não houve brigas anteriores, nem objetos levados. O próprio neto decidiu que mataria a avó. A dupla foi apreendida e encaminhada à Unei (Unidade Educacional de Internação) em outubro de 2018.
Conforme processo, eles apelaram, porém tiveram recurso negado no acórdão de 2019. Em fevereiro de 2020, já maiores de idade, os dois foram liberados da Unidade de Internação.
Encontrada
O corpo da idosa foi localizado no dia 1° de setembro de 2018, dentro de casa no Bairro Jardim Leblon, em Campo Grande, caído na cozinha com um crucifixo nas costas. Um familiar foi quem a encontrou após várias tentativas de contato sem sucesso, ele resolveu ir até a casa da professora. Lá encontrou o portão aberto e a casa revirada.
Entre as hipóteses para o crime, a polícia inicialmente investigada latrocínio (roubo seguido de morte), acidente (que ela pudesse ter escorregado e caído, batido a cabeça) e até que pudesse ter sido morta durante ritual de magia negra, mas todas caíram por terra. Treze dias depois, os dois adolescentes foram apreendidos, após um vizinho relatar que viu a dupla saindo na noite do dia anterior da casa da idosa. Com eles, foram encontrados quatro facas, inclusive a usada no homicídio, um soco-inglês e duas revistas sobre psicopatia.
Vontade de Matar
À polícia, em depoimento, os adolescentes se intitularam “psicopatas” e disseram que mataram a vítima porque, no dia em que o crime aconteceu, teriam “acordado com vontade de matar”. O neto de Ildonei teria chegado na escola no dia do crime e falado ao colega que estava a fim de matar alguém. O colega concordou e então passaram a bolar o plano. Eles inclusive desenharam em um papel a planta da casa da idosa e estudaram a maneira como abordariam a vítima para cometer o crime.
No dia, chegaram na casa da avó, ela abriu o portão para o neto e conversaram por cerca de uma hora até que foi atacada e atingida com uma facada no peito e pescoço.
Em seguida, limparam a casa e colocaram o crucifixo e duas taças de vinho próximo ao corpo com números, indicando a data da morte. Os garotos utilizaram máscaras e luvas e organizaram a casa para dar pista falsa de que o crime teria sido um latrocínio.
Depois de ser pego, o neto chegou a falar que a avó teria se desentendido com a mãe, relato que foi negado pela família na época.
Homenagens
Maria Ildonei estava aposentada como professora, fez parte da diretoria da Federação e, até a data do crime, trabalhava no setor administrativo do hotel de trânsito da Fetems.
Dedicada, alegre e solidária, como foi descrita por colegas de trabalho, se foi de forma cruel que chocou tanto amigos quanto a própria família.
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