Pular para o conteúdo
Polícia

Defesa de Marquinhos Trad pede afastamento de delegada que investiga denúncias de assédio sexual

No dia 9 deste mês foram cumpridos mandados na Prefeitura e CPUs foram apreendidas
Thatiana Melo -
Delegada Maíra Pacheco, da Deam (Henrique Arakaki, Midiamax)

A defesa do ex-prefeito e candidato ao governo de Trad (PSD) pediu o afastamento da delegada Maíra Pacheco, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), das investigações que apuram denúncias de assédio sexual supostamente cometido pelo ex-prefeito.

Segundo as advogadas de defesa Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores, o pedido é motivado por atos ilegais e abuso de poder praticados durante o inquérito. A defesa ainda relata que vazamentos propositais ocorreram sem resguardar o segredo de Justiça. 

“Como restou narrado, fatos que envolvem a prática de denunciação caluniosa, falsa notícia de crimes e o uso político da investigação por terceiros sequer estão sendo considerados, deixando a pessoa do impetrante extremamente vulnerável perante a persecução penal em andamento. Sem contar a testemunha que se diz ameaçada, por ter-se retratado, e outras que se dispõem a esclarecer como foi engendrado o aliciamento de mulheres para dar azo à investigação”, pontuou a defesa. 

Ainda segundo as advogadas, uma mulher, que atualmente mora no exterior, relatou que recebeu mensagem de um suposto jornalista perguntando se ela teria sido vítima de assédio, o que teria sido negado. Em seguida, ela foi questionada novamente, desta vez pela delegada, e quando da negativa, recebeu uma intimação dizendo que sua ausência implicaria em crime de desobediência e condução coercitiva.

“Portanto, em face das ilegalidades retratadas e do abuso de poder constatado, a alternativa que resta ao impetrante é valer-se do presente mandamus para ver garantido o direito de ser investigado por autoridade que se submeta, à risca, aos princípios da legalidade e da impessoalidade… Caso continue na presidência do Inquérito nº 3007/2022, a autoridade impetrada continuará a agir ao arrepio dos princípios da legalidade e impessoalidade, havendo risco de a medida definitiva ora pleiteada se tornar ineficaz, se não deferida de pronto”, concluíram as advogadas.

Ao Jornal Midiamax, a delegada Maíra Pacheco afirmou que se disse surpresa com a notícia. “Não recebemos nenhuma intimação ainda. Vou aguardar”, disse a delegada. Maíra ainda falou que todos os atos foram baseados na forma de investigar. “Sempre agi de forma técnica”, finalizou.

O Midiamax ainda tentou contato com a candidato Marquinhos Trad, mas ele não atendeu as ligações. 

Dilação de prazo do inquérito

O prazo que venceu nessa quinta-feira (18) deverá ser prorrogado por mais 30 dias. O pedido de dilação será feito ao MPMS (Ministério Público Estadual), já que, conforme a delegada, outras diligências precisam ser realizadas. 

Segundo a delegada, o número de vítimas chega a 16 e os crimes começaram quando Marquinhos era vereador e se estendem até quando ele chegou à Prefeitura. Ainda de acordo com Maíra, até a próxima semana, os laudos da perícia nas CPUs apreendidas durante o cumprimento de mandados na Prefeitura devem ficar prontos.

Com os laudos das perícias nas CPUs, a delegada pretende encontrar a relação de entradas e saídas de pessoas no gabinete.

Mandados cumpridos na Prefeitura

No dia 9 deste mês, a Polícia Civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão. Duas CPUs foram apreendidas, além de documentos. Também foi feita perícia nos possíveis locais no gabinete onde teriam ocorrido os crimes. 

Com os computadores apreendidos, a polícia busca por registros de entrada e saída de pessoas. Os policiais foram até o 1º andar, onde fica o setor de finanças, e no 2º andar, onde está o gabinete uma vez ocupado pelo então prefeito Marquinhos.

Denúncias de assédio sexual

Após o primeiro registro feito por uma das vítimas, na Corregedoria da Polícia Civil, no mês de junho, outras mulheres procuraram a para fazer denúncias de assédio. Em coletiva no dia 26 de julho, a delegada afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito, mas conforme a delegada tudo seria investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por falso testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.

“Mas, não diminui outras denúncias das outras vítimas que procuraram a delegacia”, disse Maíra Pacheco. Ainda segundo a delegada, sobre as denúncias de assédio sexual, em “crimes como esse, a única materialidade são os relatos das vítimas. Temos de ter respeito em um país patriarcal”.

Na época, a delegada ainda explicou que outras pessoas estavam sendo investigadas, mas não revelou por quais crimes e nem a quantidade de suspeitos. O inquérito deve ser concluído em 30 dias. Não existe ainda previsão de quando Marquinhos Trad deve ser ouvido.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Polícia Civil prende mandante de sequestro e extorsão na fronteira com MS

Riedel diz que meta é erradicar a pobreza extrema em MS até 2026

Deputado paraguaio nega acusações de suborno feitas pela viúva do jornalista Leo Veras

Mulher é presa ao se passar por PM e ostentar filhos de mentira nas redes sociais

Notícias mais lidas agora

Condomínio é alvo de operação da PF contra grupo de tráfico de drogas em Campo Grande

Tereza e Nelsinho ouvem Riedel sobre efeito das tarifas de Trump antes de missão nos EUA

irmao eliza samudio 2

Apagado da história? Irmão de Eliza Samúdio cresceu com Bruninho e hoje é bloqueado

luiza ribeiro votada

Vereadora Luiza Ribeiro alerta para golpes usando suas fotos  

Últimas Notícias

Transparência

Dono de locadora preso pela PF com armas é solto após pagar fiança de R$ 5 mil

Empresário foi alvo de investigação contra desvios no Dsei de Cuiabá

Política

Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil será prioridade no segundo semestre na Câmara

Tabela de isenção do Imposto de Renda não acompanhou os reajustes nos salários

Cotidiano

41 mil famílias de MS não têm acesso à internet em casa, diz IBGE

Número equivale a 4,4% dos domicílios de MS e corresponde às pessoas que tem renda menor que um salário mínimo

Cotidiano

Fumacê amplia o combate à dengue em dois bairros de Campo Grande; confira

Para garantir a eficácia do fumacê, é necessário manter as portas e janelas abertas