O excesso de cuidado que se reveste em uma relação tóxica e acaba virando, em muitos casos, relacionamento abusivo com agressões verbais e que evoluem para as agressões físicas, chegando até a feminicídios. Esse foi o caso de Katiuce Arguelho dos Santos, de 31 anos, morta com 18 facadas.

A psicóloga Cláudia Malfatti falou sobre relacionamentos em que o homem transforma a companheira em objeto, descarregando a raiva em cima de namoradas, esposas, em ato perverso para a morte psicológica da vítima, destruindo toda a sua autoestima para depois vir a morte física.

“Eles tentam convencer a vítima de que elas são as culpadas por tudo o que está acontecendo”, diz Cláudia. A psicóloga ainda fala sobre a destruição até mesmo física das vítimas pelos companheiros. “É meu e faço o que eu quiser, até mesmo destruí-lo se for preciso”, diz sobre o pensamento dos autores.

Muitas mulheres não consideram como violência doméstica, mas as agressões verbais são o início de tudo, segundo Cláudia. “Cão que ladra morde sim”, fala a psicóloga. Por isso, a necessidade de se denunciar o agressor antes que se evolua para a morte da mulher.

E foi isso que aconteceu com Katiuce em janeiro de 2018, quando foi assassinada com 18 facadas pelo namorado Bruno Mendes com quem mantinha um relacionamento de 2 anos. O filho de Katiuce estava na casa quando o autor foi até o local.

Idas e vindas

O casal vivia entre idas e vindas. Katiuce acabou sendo morta depois que Bruno, ao tentar reatar o relacionamento de 2 anos, teria descoberto que a vítima estava voltando a se encontrar com o ex-marido, e ficou inconformado. Katiuce foi esfaqueada nos braços, pescoço e costas.

Bruno chegou a dizer no dia de seu julgamento: “Quando vi ela no chão, fiquei em pânico e fugi. Estou arrependido pelo que fiz e que a justiça seja feita”.

O filho de 11 anos de Katiuce estava na residência assistindo televisão quando Bruno chegou. O menino teria ido brincar fora da casa após o autor entregar para ele um celular, podendo, assim, ficar a sós com a vítima que acabou morta com 18 facadas.

Julgamento

O julgamento de Bruno aconteceu no dia 24 de setembro de 2018. No dia, Bruno disse: “Estávamos com planos de voltar. Ela iria até a minha casa, como estava demorando a chegar, liguei para ela, mas ela não atendia, estava na linha com outra pessoa”. Ele afirma que quando ela chegou eles discutiram pela demora e porque ele queria saber com quem ela estava falando ao telefone.

Além da sentença de 14 anos de prisão, Bruno foi condenado a R$ 6 mil por danos morais.