Bairro onde jovens foram estupradas ao sair de academia era considerado ‘tranquilo’ e mulheres redobram cuidados
Crime aconteceu a poucos metros de batalhão da PM
Karina Campos, Clayton Neves –
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Após o caso das duas jovem abusadas sexualmente, na noite de quinta-feira (14), moradores do bairro União relatam o clima de insegurança e medo, que até relembram a tranquilidade, principalmente, pela região ter um grande número de famílias militares. A academia, local onde as vítimas foram sequestradas, fica a 500 metros de um Batalhão da Polícia Militar.
O crime é o assunto entre todos os vizinhos e comerciantes do bairro, que garantem que a região é tranquila, apesar de reclamarem da falta de iluminação pública em praça cheia de árvores. Assim, muitos clientes que treinam na academia estacionam os veículos e a situação favorece o esconderijo de criminosos.
Elaine Pereira, de 40 anos, tem uma conveniência próximo à academia há 18 anos. Conta que todos estão preocupados, principalmente as mulheres. Costuma tomar cuidado ao encerrar o expediente, mas diz que redobrou os cuidados após o episódio. A falta de iluminação nas redondezas já havia “obrigado” ela mudar a rotina e treinar de manhã.
“É um bairro muito bom e tranquilo; nunca ouvi alguém falar de crimes chocantes. Se eu vejo que tem alguém perto do meu carro, não vou, eu espero a pessoa sair para entrar. A luz do poste não dá conta por conta das árvores, fica um local ermo. Isso serviu de alerta para redobrar os cuidados”.
Caroline Oliveira, 25, é atendente de uma loja, observou a movimentação de viaturas na data, às 22h. Uma vizinha comentou que viu o autor acusado do crime pular de uma árvore e sair correndo. A polícia já tinha iniciado as buscas, mas ressaltou que clientes que estavam em um espetinho ajudaram a procurar com lanternas e a luz do celular. Para Caroline, já é difícil sair na rua sem preocupação, entretanto, se preocupa muito com a irmã caçula, de 13 anos.
“Podia ser ela”, diz mãe de aluna da academia
Jaqueline Chaves, de 39 anos, é bacharel em direito, ficou horrorizada com o incidente. A filha, de 17 anos, também treina na mesma academia a noite. A menina chegou em casa pouco antes da movimentação de viaturas no bairro. Ela conta que se sente acuada em andar na própria rua. “Podia ser ela”, desabafa.
Moradores relembram tranquilidade
Quem relembra a fama de bairro tranquilo é o morador Antônio Carlos Santos, de 72 anos, que está morando no endereço há 30 anos. Por ser próximo à base da Força Aérea, boa parte dos vizinhos estavam ingressos nas Forças Armadas, o que costumava a impor um certo ‘respeito’ direcionado aos criminosos que ousavam chegar na região. Ele acredita que o fato ocorrido na semana pode ter sido um fato isolado.
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